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#OpiniãoEcetista: Um pouco mais de 40 dias para convencer os trabalhadores

Publicado em 02/08/2017 12:13

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Na data em que está sendo escrita esse texto, dia 02 de agosto de 2017, há fatos importantes acontecendo. Dentre eles 2 afetam diretamente os trabalhadores e explicam um terceiro conjunto de eventos. Eleições para direção no POSTALIS e votação sobre aceitação da investigação contra Temer no STF. Esses 2 fatos explicam muito o que deve acontecer na campanha salarial deste ano.
Não existe evento que ocorra sem um resultado, seja ele bom ou mal. Na ordem inversa apresentada, Temer é rechaçado por quase 95% do povo. Não é surpresa que somente 5% da população pode ser considerada no Brasil com rendimentos financeiros muito acima do confortável, nos acostumamos a chamar essa minoria de ricos declarem apoio a esse governo. Todos, simplesmente todos os analistas políticos concluíram que a ausência de ação, de participação nas mobilizações do povo, estará mantendo o Temer o poder e com poder de mudar as leis para pior, contra os brasileiros. A omissão sempre favorece o mal.

Na eleição do POSTALIS mais uma vez os trabalhadores tem insistido em não participar do processo eleitoral que não começou agora. Começou semanas atrás. Desde a análise sobre a vida pregressa dos candidatos (e se você está lendo esse texto é porque tem internet capaz de pesquisar sobre cada candidato) para votar e depois cobrar, fiscalizar. Cerca de 90% dos trabalhadores tem dito que não vão participar do processo político e os resultados vão vir, bons ou maus, possivelmente mal caso quem participe escolha mal. Dinheiro nosso vai ser administrado pelo resultado dessa eleição com ou sem a omissão dos trabalhadores.

Os resultados da campanha salarial vão depender da participação dos trabalhadores. A “novidade” este ano é que o governo federal está realmente disposto a destruir direitos dos trabalhadores. Na história há em todas as décadas, anos 70, 80, 90, 2000 em diante, já se teve essa força de ataque contra os trabalhadores e os ECTistas lutaram para manter e aumentar direitos com os seus sindicatos. Não foram as diretorias sindicais que fizeram essas conquistas sozinhos. Sem povo, sem ECTistas, não tem sindicato que faça milagre a favor dos trabalhadores. Em toda a história no Correios só há vitória para a base quando esta confia nos seus sindicatos e participa dos debates nas assembleias, nas greves e nas escolhas de assinatura dos acordos coletivos de trabalho.

Até agora o medo de ser prejudicado se o trabalhador escolher lutar contra a empresa, uma campanha mentirosa diária de que não adianta lutar porque já está tudo perdido e os discursos completamente despolitizados (falar de politica não quer dizer que a fala tenha qualidade) declarando os sindicalistas como inimigos que só pensem em si tem afastado muito os trabalhadores das mobilizações. Não pergunte para seu sindicato quais as novidades da campanha salarial. Pergunte como pode participar dessa luta porque não havendo participação dos ECTistas aí sim o resultado será derrota. Nesse momento, somente a declaração de que se preciso for vamos para as paralisações pontuais, para a greve nacional e assim forçar a empresa a assinar acordo coletivo de trabalho sem perdas aos trabalhadores será capaz de garantir vitória como já ocorreu anos antes.

É possível vencer sem a participação de todos, pois não haverá o cenário onde todos participam da luta. Pelegos que não participam nunca vão deixar de existir mas o número de quem quer lutar vai ter de ser enorme. Bem maior do que nos últimos anos. Então, não use a pelegagem do colega de trabalho para justificar sua não participação. Vamos juntos com todos os sindicatos lutar pela manutenção de nossos direitos!

 

Texto de Wilson Araújo – Diretor da FINDECT

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