Secretário de Desestatização ataca Ecetistas
Publicado em 25/09/2019 11:38
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Em declaração dada ao Jornal O Tempo, Salim Mattar – Homem forte do governo na empreitada de destruir o patrimônio nacional – mentiu de forma descarada sobre a situação dos Correios e ainda aproveitou a oportunidade para atacar os Ecetistas.
Durante entrevista concedida ao repórter Lucas Negrisoli, Salim Mattar demonstrou que sabe absolutamente nada sobre as operações da ECT, o fluxo de trabalho dos Ecetistas, na verdade, ele mostrou que não sabe nada sobre o que é uma estatal e seu valor para um país. O próprio título da matéria dá o tom de falta de senso “Herói dos Empresários, Salim Mattar quer privatizar tudo”.
O “herói” do patronado emitiu pérolas de pura ignorância, tais como “os Correios são uma empresa muito grande, com mais de 100 mil funcionários, quando bastavam 50 mil para funcionar.”
“Há agravantes como o rombo no Postalis, o rombo no sistema de saúde também, porque era possível levar pai, mãe, papagaio”.
“Quebrou. Os funcionários dos correios quebraram os correios”.
Conhecido por ser altamente alinhado com as ideologias do presidente, Mattar demonstra que paira sobre ele o mesmo mal que paira sobre o presidente: A incapacidade de pesquisar um assunto, analisar de maneira séria e emitir verdade.
As frases de Mattar demonstram que, assim como o Presidente, o secretário desestatização nutre seus conceitos com base em fake news de Facebook e achismos de mesa de bar.
Suas declarações são, no mínimo, desprovidas de verdade. Vamos analisar rapidamente:
1. Os Correios já tiveram um contingente de trabalhadores muito maior. A queda de qualidade nos serviços é diretamente relacionada à falta de mão de obra. Não há concurso desde 2011 e, de lá para cá, ocorreram os PDIs, que reduziram ainda mais a quantidade de Ecetistas. Se 100 mil trabalhadores não dão conta de tudo (ou melhor, dão conta dentro do limite humano de trabalho), como 50 mil vão fazer o mesmo trabalho?
2. Mattar fala em rombo no Postalis e rombo no Plano de Saúde, inclusive, diz que a culpa do plano de saúde é da possibilidade de incluir pais e mães. Além de debochar de forma ridículo, Mattar demonstra que sua memória é muito seletiva, afinal, ele esqueceu de quem era presidente do BTG Pactual envolvido em desvios do Postalis? Uma dica, ele atende pelo nome de Paulo Guedes. E sobre pais e mães no plano de saúde, vale lembrar que ninguém nunca foi atendido de graça, sempre houve pagamento de mensalidade sobre os dependentes, ou seja, não é a inclusão de pai e mãe que gerou prejuízo ao Postal Saúde, mas sim uma série de problemas de gestão.
3. Não foram os funcionários dos Correios que quebraram uma estatal lucrativa e com capacidade de mandar dinheiro para os Cofres da União. Quem “quebrou” a ECT foi o sistema político, que sempre enxergou na empresa um cabideiro perfeito para agradar partidos e caciques. A ECT sempre demandou gestão profissional, contudo, sempre foi refém da necessidade de apadrinhamento político.
Mais do que ignorância, a fala de Mattar mostra o descaso e o cinismo de quem está à frente do processo de empobrecimento do Estado Brasileiro. Faz todo o sentido, dentro de um governo totalmente sem controle, colocar alguém pobre de espírito e de cognitivo para comandar um processo de empobrecimento da soberania nacional.
Mattar representa apenas os interesses privados e não mais do que isso. Não há nada em seu portfólio de ideias que seja orientado para o povo, para o brasileiro. Seu Deus é o capital estrangeiro e o patronado, talvez isso explique um pouco sobre como alguém tão raso tenha chegado tão longe.
O discurso busca reafirmar o ideário neoliberal em que a conta sempre fica para os trabalhadores seja sob a forma de exploração com a terceirização irrestrita, seja com a prestação de serviços precários a alto custo, como é o caso de outros setores que sofreram com a privatização.
O mais curioso e contraditório em toda a entrevista é: como 8 grupos estrangeiros que visam lucro acima de tudo querem comprar uma empresa que o próprio Mattar chama de quebrada?
É fácil perceber que a mentira está no ar, e nós, que estamos vivenciando a realidade dos Correios, sabemos o tamanho do valor que a Empresa tem, tanto para o povo quanto para as finanças nacionais.
O SINDECTEB e a FINDECT repudiam esse tipo de declaração, e lamenta muito pelo fato de termos pessoas como Mattar à frente da discussão sobre os rumos da ECT. O país está se tornando um balcão de negócios para os amigos do Presidente, e isso é inadmissível.
TODOS JUNTOS NA LUTA CONTRA A PRIVATIZAÇÃO!!