Federações e frentes parlamentares debatem a luta em defesa dos Correios
Publicado em 11/03/2021 20:09
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Em reunião realizada na quinta, 11 de fevereiro, deputados de três frentes parlamentares dialogaram com representantes da FINDECT, José Aparecido Gandara, Sílvio Prudêncio e Douglas Melo, da FENTECT e da Adcap a situação dos Correios e formas de luta para impedir a privatização e acabar com o sucateamento da empresa!
Participaram da reunião deputados comprometidos com a luta, como Maria do Rosário, que tem projeto para a fidelização dos poderes públicos com os Correios, Jailson Pereira, Beto Cury e Leonardo Monteiro, coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Correios, além de Pompeu de Matos, da Frente Parlamentar Mista pelo Fortalecimento do SUS e da frente em Defesa da Soberania e em Defesa das Empresas Públicas.
Chamada pelas entidades sindicais, tratou-se de uma reunião de trabalho com o objetivo de preparar a organização e a mobilização para barrar o projeto de privatização dos Correios proposto pelo governo Bolsonaro.
Projeto entreguista
A partir do debate, os representantes dos trabalhadores visam a construir encaminhamentos conjuntos das três entidades representativas, da Frente Parlamentar em Defesa dos Correios e de outras frentes que se apresentem para a luta, como a de Fortalecimento do SUS.
O pacote de privatizações do governo, que inclui os Correios, precisa ser fortemente enfrentado para ser derrotado. Ele foi encaminhado após a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, que levaram o governo a se sentir fortalecido e acreditar que esse era o momento para viabilizar seu projeto entreguista.
Defesa do patrimônio público
O reconhecimento de que os Correios são lucrativos, viáveis, que vão aonde os entregadores privados não vão, por falta de interesse econômico, e que são vitais para a garantia de direitos da população esteve presente em todas as intervenções na reunião.
A ideia de que tem que ter mobilização, cujo formato precisa ser estudado em função das dificuldades impostas pela pandemia, também permeou as intervenções.
Bem com a constatação de que os trabalhadores dos Correios estão sendo enormemente prejudicados. São pais de família, filhos e netos que dedicaram parte de suas vidas para construir essa grande empresa e merecem reconhecimento, valorização e um futuro digno.
Combate ao autoritarismo
O Presidente da FINDECT, José Aparecido Gandara, afirmou em sua exposição que os Correios darão mais de R$ 1 bilhão de lucro em 2021, e que apesar disso sua direção militar autoritária faz PDIs para enxugar o quadro funcional e busca meios de resolver a crise do Postalis às custas dos trabalhadores, para viabilizar a privatização.
Um dos resultados disso é a queda do número de funcionários de 130 mil para 98 mil em poucos anos, no período em que os serviços de entrega de encomendas aumentaram exponencialmente.
Em vez de investir para liderar o setor, os dirigentes, por incompetência ou decisão espontânea, reduzem a participação dos Correios e abrem espaço para a concorrência das empresas privadas.
Gandara afirmou ainda que a direção militar da empresa, a mando do governo, segue insensível, sucateando e retirando investimentos, tentando isolar os Sindicatos e na pandemia, até para garantir o fornecimento de máscaras, as Federações tiveram de ir à justiça.
Os milicos dirigentes também continuam não fechando as unidades e não higienizando quando há casos de Covid, e mesmo nessa fase aguda de contágio e recorde de mortes, deixam a categoria exposta e desassistida.
“Essa direção sem escrúpulos esconde a realidade dos Sindicatos, da imprensa e da população, não divulgando os números de contaminação e mortes entre os trabalhadores da empresa, para seguir obrigando a categoria a se expor à contaminação e à morte”, afirmou Gandara.
Ações conjuntas
Entre as ações conjuntas e serem encaminhadas pelas entidades representativas dos trabalhadores e pelos parlamentares estão:
●Procurar o presidente da Câmara, Artur Lira, e cobrar dele o cumprimento dos compromissos assumidos por ele no processo de votação para a direção do Congresso, sobretudo a defesa das estatais contra a privatização e o abandono, entre elas os Correios, e solicitar o não encaminhamento do projeto do governo.
●Exigir que os Correios procurem formas de garantir a vacinação antecipada de seus funcionários, da mesma forma que os faz trabalhar em plena pandemia, em contato diário com a população.
●Exigir a realização de concurso público e da contratação de funcionários.
●Tomar medidas jurídicas e parlamentares para questionar a constitucionalidade do projeto de privatização apresentado pelo governo, para atrasar e buscar inviabilizar sua tramitação.
●Produzir uma Carta compromisso contra a privatização e apresenta-la a todos os parlamentares e partidos.
●Unificar o movimento, construir a unidade entre as entidades representativas dos trabalhadores de todas as estatais ameaçadas.
●Entrar em contato com as Câmaras de Vereadores em todas as cidades, para que aprovem moções de apoio à luta contra a privatização dos correios.
A FINDECT aproveitou a reunião com os parlamentares e encaminhou uma carta compromisso de apoio contra a privatização dos Correios ao coordenador da Frente e Deputado Federal Leonardo Monteiro (PT-MG), e que também será encaminhada e protocolada a todos parlamentares em Brasília e nos municípios.
Clique aqui e leia a carta compromisso.