A farsa do projeto de privatização dos Correios: estudo foi contratado para dizer o que o governo quer
Publicado em 17/03/2021 15:45
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Da mesma maneira que a médica Ludhmila Hajjar teria que seguir as ideias e os ordens do governo se aceitasse o Ministério da Saúde, que ela recusou, o consórcio contratado para estudar as possibilidades de privatização dos Correios teria de entregar possibilidades para isso, como quer o governo, e jamais concluir que o ideal para o país e sua população é manter o Correios estatal e público! Por isso o resultado é uma farsa evidente!
Isso é óbvio. Nem todos enxergam, mas quem prestar atenção nos estudos encomendados pela direção da ECT sobre a privatização dos Correios, cuja primeira fase foi apresentada em reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), verá as contradições.
O que apresentam é a busca de caminhos para mostrar que não há alternativa, a não ser privatizar, e modelos e fórmulas para viabilizar a venda.
Mas acabam mostrando que tudo que falta para a empresa se modernizar, se fortalecer, decolar e dominar o setor e gerar altíssimos lucros vem da falta de ações do governo e direção da empresa, ou das ações contrárias impostas por eles.
Por exemplo, o estudo concluiu que o mercado de correspondência está em declínio, o que todos já sabem.
E que o setor de encomendas está em ampla expansão, com taxa de mais de 20% anual, sendo que a receita dos Correios no setor cresce a uma taxa de 12%, enquanto a da concorrência cresce a 15%.
Completam o quadro afirmando que o nível de investimento na empresa está abaixo do necessário para dominar o setor de encomendas, e que se isso houver há possibilidades de melhorias.
Não é isso que a FINDECT e os Sindicatos estão afirmando há anos!?
Junto com isso está a denúncia de que a direção militar da empresa, a mando do governo Bolsonaro, está sucateando a empresa, em vez de investir. De que ela atua para enfraquecer e desacreditar os Correios, para abrir espaço para a concorrência no setor de encomendas, e por isso ela cresce a 15% enquanto os Correios, apesar de toda ação contrária, crescem a 12%.
E que a ação da direção da ECT visa a derrubar a credibilidade da empresa para viabilizar esse projeto nefasto de entrega do patrimônio nacional, de destruição de uma empresa estratégica e fundamental para o crescimento, a integração e a segurança do país e para o atendimento das necessidades de comunicação postal e outras da população.
Precisa e vai ter luta!
No encontro, foi apresentada a conclusão da primeira fase dos estudos para desestatização dos Correios como parte do programa nacional de desestatização – ele usou esse nome para evitar a palavra privatização, porque a maioria da população é contrária a ela como indicado em inúmeras pesquisas.
Nela estão um diagnóstico do setor, da empresa e de parcerias. Na fase dois viria a definição do modelo de regulação do setor e de parcerias público-privadas e avaliação financeira e do valor da empresa. Por último as audiências públicas exigidas, a divulgação do edital e a venda em si.
Muito terá de ser feito até esse último passo do governo. Isso envolve ações dos Sindicatos e das Federações junto aos parlamentares e ao Congresso Nacional, de convencimento contra a privatização e, a mobilização da categoria.
Só a luta barra a gana privatista desse governo entreguista e antinacional!
Obs 1: com a recusa da Drª Ludhmila Hajjar ao posto de Ministra da Saúde, foi convocado o médico cardiologista Marcelo Queiroga, amigo íntimo do senador da rachadinha Flávio Bolsonaro, direitista e puxa-saco notório e antigo do presidente. É assim que funciona esse governo e as direções militares das estatais escolhidas por ele, como a dos Correios.
Obs 2: No próximo artigo será analisado o modelo que o estudo propõe para a privatização dos Correios e o andamento da organização da luta.