Campanha Salarial 2021/2022: Direção da ECT divulga proposta inexistente para confundir e dividir a categoria
Publicado em 20/09/2021 19:28
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Na audiência de conciliação no TST, realizada no dia 10 de setembro, a direção militar da empresa recusou a proposta formulada pelo Ministro relator e apresentou uma contraproposta ridícula, com reposição da inflação só nos salários e dividida em 4 vezes, como crediário das Casas Bahia, mais a imposição do banco de horas.
Leia sobre o resultado da Audiência de Conciliação AQUI.
Essa provocação foi obviamente rejeitada e o Ministro marcou o julgamento para o dia 20 de setembro, que foi adiado e aguarda nova data, ainda não definida.
Dias depois, a mesma direção autoritária da empresa divulgou no seu Primeira Hora uma suposta proposta com reajuste dos salários pela inflação em uma vez, estendendo o índice ao vale alimentação e vale cesta e às funções.
Ocorre que ela não apresentou tal proposta na audiência de conciliação e não a encaminhou nem às Federações nem ao TST. Se tivesse feito isso, e ela tinha todas as condições de fazer, como ficou evidente agora, poderia ser marcada uma nova audiência de conciliação para negociar. Mas não foi o que ocorreu. Além disso a proposta é uma pegadinha muito mais que malandra, mal intencionada.
O que quer a direção ditatorial da empresa com essa divulgação fake?
Quer confundir e dividir os trabalhadores, impor o banco de horas e enfraquecer o Sindicato e as possibilidades da categoria de resistir e lutar.
Para isso acena com um reajuste integral da inflação que é direito da categoria e o mínimo que ela deve fazer, tanto nos salários quanto nas funções e nos benefícios econômicos. Passa um melzinho na boca do trabalhador para tirar muito por trás.
Por que ela quer banco de horas e por que o trabalhador não deve aceitar?
Desde o ano passado, a direção militar da ECT está descumprindo o Acordo Coletivo a legislação relativa a horas extras. Está fazendo o pessoal trabalhar mais do que a legislação permite, com extras praticamente todo dia e nos finais de semana e feriados. E nesse último caso, sem dar a opção por 2 dias de folga, como manda a lei.
Faz isso porque o quadro de pessoal está enormemente defasado. Ela não contrata desde 2011 e ainda fez vários PDIs. E faz isso para sucatear e piorar o serviço, e assim descontentar o público, criar argumento para a privatização e já liberar o mercado para as empresas privadas crescerem e dominarem.
Para poder dar conta de pelo menos uma parte do trabalho e evitar problemas maiores com a lei, ela está fazendo o pessoal trabalhar igual a camelo.
Se o banco de horas for imposto, tudo vai piorar. Sua prática de não convocar com antecedência, não conceder uma folga por semana e não ter limite na quantidade de horas seria legalizada. Além de não pagar o trabalho extra, ela concederia as folgas quando bem entendesse, tentando achar uma desculpa e um meio de não deixar o pessoal folgar.
Você vai aceitar isso?
Por que ela se nega a negociar a inclusão de mais cláusulas?
Outra artimanha da direção autoritária da ECT é destruir as conquistas históricas dos trabalhadores.
No ano passado, a direção militar retirou 50 cláusulas, como a do auxílio aos filhos com necessidades especiais, ticket nas férias, vale extra em dezembro (ticket peru), etc
E por que ela quer fazer isso. Embora a resposta seja óbvia, precisa ser dita. Ela quer explorar a categoria até o limite do suportável. Para tanto, precisa preparar o terreno para entregar à iniciativa privada e eliminar principalmente, a resistência dos trabalhadores, que se dá através da organização sindical.
O que fazer?
A FINDECT e o Sindicato estão em contato com o Ministro do TST, relator do dissídio coletivo para tratar desse assunto e ver como agir. Enquanto isso, o fato é que essa proposta da direção militar da ECT não existe. É fake News divisionista, uma artimanha sórdida para confundir, enfraquecer e roubar ainda mais os direitos da categoria.