FINDECT solicita reunião urgente com presidente Lula para tratar da situação dos Correios
Publicado em 02/09/2025 16:58
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Os sindicatos filiados à FINDECT querem debater a situação financeira da empresa, os riscos do PL 7488, a criação de um banco digital dos Correios e a importância da manutenção da estatal como empresa pública
A FINDECT encaminhou ao Ministro da Casa Civil, Rui Costa, um ofício em que solicita a intermediação de uma reunião direta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pedido tem caráter de urgência e busca abrir um espaço de diálogo para tratar da grave situação econômica dos Correios, dos desdobramentos recentes do PL 7488, da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho e da defesa da manutenção da estatal como empresa pública essencial para o Brasil.
No documento, a FINDECT destaca que a crise enfrentada pelos Correios foi agravada pela retirada de mais de R$ 2,9 bilhões em dividendos pela União entre 2011 e 2016, recursos que poderiam ter sido aplicados em modernização, infraestrutura e logística. Mesmo diante desse cenário, a empresa segue cumprindo um papel social estratégico, assegurando a integração nacional e a prestação de serviços essenciais.
Durante a pandemia, foram os Correios que garantiram a entrega de vacinas e insumos médicos em todo o território nacional. Em 2024, diante das enchentes em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, a estatal transportou centenas de toneladas de doações. Além disso, ano após ano, leva livros didáticos, urnas eletrônicas e provas do Enem a milhões de brasileiros, reafirmando sua importância como patrimônio público a serviço da população.
Entre as propostas apresentadas pela FINDECT ao governo federal estão:
– a revisão e devolução parcial dos dividendos retirados entre 2011 e 2016, para recompor o caixa da empresa;
– a criação de um Grupo de Trabalho de melhorias, com participação efetiva dos trabalhadores e da Federação, para acompanhar medidas de gestão e definir soluções estratégicas;
– apoio à revogação da chamada “taxa das blusinhas” (Lei 14.902/24), que prejudica consumidores, o e-commerce e a receita dos Correios;
– defesa da valorização dos Correios como referência logística nacional e digital, com investimentos em tecnologia, no marketplace da empresa e em novos serviços públicos de alcance social;
– incentivo à criação de um banco digital próprio dos Correios, aproveitando a capilaridade da rede e ampliando a inclusão financeira da população.
A FINDECT reforça que privatizar ou enfraquecer os Correios significaria um retrocesso histórico, colocando em risco os empregos, os direitos da categoria e a universalização dos serviços postais que chegam até as localidades mais distantes do país.
Com a solicitação da reunião, a Federação reafirma sua disposição de dialogar com o governo e de contribuir para a construção de um plano nacional de fortalecimento e valorização dos Correios, garantindo o futuro da empresa e a proteção dos trabalhadores e trabalhadoras.