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Condenação de Leo Lins mostra que racismo não é liberdade de expressão: é crime

Publicado em 04/06/2025 11:10

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A Secretaria de Assuntos Raciais da FINDECT, por meio do diretor Ricardo Adriane Negopeixe, reafirma seu compromisso no combate ao racismo e denuncia o uso do humor como ferramenta de opressão.

A recente condenação do comediante Leo Lins reacende um debate necessário e urgente para toda a sociedade brasileira: até onde vai a liberdade de expressão e quando ela passa a ser usada como escudo para práticas criminosas? Para a FINDECT e sua Secretaria de Assuntos Raciais, esse limite é claro e inegociável: o racismo não pode ser tratado como piada. É crime. E precisa ser combatido com firmeza.

A Justiça agiu corretamente ao responsabilizar o humorista por declarações abertamente racistas, que ferem a dignidade humana e reforçam estereótipos cruéis. O chamado “racismo recreativo” — termo utilizado pelo jurista Adilson Moreira — é uma forma de violência simbólica que usa o humor para disfarçar preconceitos e sustentar desigualdades históricas. Não se trata de liberdade artística, mas de uma estratégia para normalizar a opressão.

Essas práticas transformam grupos historicamente marginalizados — como pessoas negras, com deficiência, gordas, LGBTQIAPN+ e outros — em alvos de chacota e desrespeito, alimentando a desumanização que se materializa na violência cotidiana. É por isso que não podemos tratar esse tipo de discurso como algo inofensivo.

Para o diretor da Secretaria de Assuntos Raciais da FINDECT, Ricardo Adriane Negopeixe, a condenação de Leo Lins representa um avanço:
“Não se trata de censura, mas de justiça. Racismo disfarçado de piada continua sendo racismo. A liberdade de expressão tem limites, e o principal deles é o respeito à dignidade do outro. Precisamos estar atentos para que nenhum direito seja usado como justificativa para ferir vidas e histórias.”

O humor, quando usado para atacar e desumanizar, deixa de ser uma forma de expressão e passa a ser um instrumento de dominação. É fundamental entender que nenhum direito fundamental é absoluto — inclusive a liberdade de expressão — e que a legislação brasileira prevê responsabilização para quem pratica crimes, inclusive por meio de palavras.

A FINDECT segue firme em sua missão de combater todas as formas de racismo, discriminação e opressão. Reafirmamos nosso compromisso com a justiça social, o respeito à diversidade e a construção de um país mais justo para todas e todos. Racismo não tem graça. E não será tolerado.

Leia mais sobre o tema:
Leo Lins, liberdade de expressão artística e o porquê racismo não é piada — Alma Preta Jornalismo

Secretaria de Assuntos Raciais da FINDECT
Diretor: Ricardo Adriane Negopeixe
Contra o racismo, em defesa da vida, do respeito e da justiça.

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