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Após mortes e explosão de contaminados, empresa diz que vai comprar máscaras e álcool gel

Publicado em 14/04/2020 10:37

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A FINDECT e os Sindicatos filiados cobraram medidas da direção da ECT desde o anúncio da pandemia pela OMS, para preservação da saúde e das vidas dos trabalhadores dos Correios, seus familiares e dos usuários, mas a direção da empresa resistiu e só quando o pior aconteceu ela anunciou a compra de itens de proteção.

Os primeiros falecimentos de trabalhadores dos Correios contaminados com o coronavirus em São Paulo e no Amazonas levaram a direção da ECT a anunciar a compra de itens de proteção durante a pandemia de coronavírus, como álcool em gel e máscaras.

Demorou demais. A FINDECT e os Sindicatos filiados estão cobrando medidas desde fevereiro. Enviaram ofícios solicitando o fornecimento de itens de higiene como sabonete líquido, papel toalha e álcool gel 70% em todos os setores e para todos os trabalhadores. Mas em muitos locais, nem o fornecimento de água foi garantido.

Também solicitaram reuniões para organizar um comitê de crise e discutir as medidas necessárias para garantir a segurança e saúde dos trabalhadores, de seus familiares e da população, mas não obtiveram resposta.

“O fornecimento de máscaras e luvas foi uma cobrança ignorada pela empresa. Ela dizia que não havia necessidade, apesar da evidência apontada pela FINDECT de que o contato com embalagens contaminadas e com os clientes, nas agências e nas ruas, era uma bomba relógio que explodiria em algum momento”, disse José Aparecido Gândara, Presidente da FINDECT.

A aglomeração nas unidades é outro problema que deveria ser equacionado. O necessário distanciamento social é impossível em unidades lotadas e mal ventiladas, muitas delas com problemas estruturais e falta de limpeza e higienização adequadas.

Mas os dirigentes da ECT esperaram o pior começar a acontecer

Os primeiros falecimentos são a ponta de uma cadeia de contaminação que a direção da empresa não tem ideia da grandeza, pois nada fez para isso. Órgãos de imprensa divulgaram na segunda, 13 de abril, que a ECT tem 91 funcionários confirmados com o novo coronavírus. O dado foi obtido por Lei de Acesso à Informação. Mas o número deve ser muito maior, pois é sabido que o Brasil é o país que menos testa sua população e, por isso, convive com a subnotificação.

Em março e abril, a FINDECT e os Sindicatos tiveram de ir à justiça para a empresa não descontar benefícios dos trabalhadores liberados para o trabalho remoto, e para garantir o direito a esse tipo de trabalho aos trabalhadores do grupo de risco e àqueles que convivem com pessoas do grupo de risco e crianças em idade escolar.

Também tem ação para garantir o direito dos trabalhadores se recusarem a trabalhar sem proteção, e vai continuar insistindo na criação do comitê de crise e nas reuniões para discutir as medidas necessárias para garantir a saúde, a segurança e a vida dos trabalhadores, seus familiares e da população. Também ajuizará todas as ações que forem necessárias para isso.

Manifestamos nosso profundo pesar e nossa solidariedade com familiares dos dois trabalhadores de São Paulo e Amazonas vitimados pelo Covid-19. Este é um momento difícil e de grande tristeza para a nossa categoria e suas famílias.

A FINDECT está monitorando todos os locais de trabalho, casos confirmados e alertando os ecetistas. Como as informações estão sendo atualizadas constantemente, orientamos os trabalhadores acompanharem nossos canais de comunicação e dos Sindicatos filiados e ficar por dentro de todas informações da categoria.

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