Categoria aprova retorno ao trabalho de cabeça erguida e pronta para a próxima luta
Publicado em 22/09/2020 01:20
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A clareza de que o governo Bolsonaro e a direção da empresa conseguiram se impor nesse momento em que o governo está articulado com o Congresso e parte da justiça para retirar direitos e renda dos trabalhadores, em beneficio dos bancos e grandes empresas, foi fundamental para os trabalhadores entenderem que a luta chegou aonde podia nesse momento, e que continuará ainda mais forte e unida para as próximas batalhas.
O que se viu nessa Campanha Salarial é o resultado direto da reforma trabalhista imposta no governo Temer e na posterior eleição de um governo de extrema-direita.
Nessa conjuntura desfavorável aos trabalhadores, a luta foi heroica, mas não pôde manter todas as posições anteriormente conquistadas.
Não houve derrota, mas um avanço do inimigo. Foram 37 dias de resistência que mostraram o caminho para a categoria se reorganizar, se fortalecer e dar a volta por cima na próxima batalha.
O que se perdeu, pode-se recuperar numa conjuntura mais favorável, da mesma forma que os direitos que estão no Acordo Coletivo foram conquistados ao longo de décadas, com lutas fortes em momentos propícios.
Para isso é preciso paziguar os ânimos, se unir, fortalecer os Sindicatos e se preparar para o próximo enfrentamento. A empresa vai tentar tirar mais diretos ainda na próxima Campanha Salarial, mas vai tomar o troco!!!
Agora, a responsabilidade com as famílias dos trabalhadores da categoria impôs um recuo tático, sem o qual as perdas poderiam ser maiores.
Continuar na greve seria um enfrentamento com a justiça, para tentar mudar a decisão do julgamento do TST. Na atual conjuntura política de ataques aos trabalhadores, o resultado disso poderia ser catastrófico para a categoria e para a existência dos Sindicatos, e a reorganização para as próximas lutas poderia ser impossível.
A luta continua e tem que ficar mais unitária e forte!!!
Para isso é preciso que todos se mantenham firmes na luta, mobilizados e sindicalizados
Também prevaleceu nesse dissídio coletivo e no julgamento a campanha do governo e da direção da empresa contra a organização sindical da categoria, uma tentativa covarde de destruir os Sindicatos para acabar de vez com toda forma de resistência dos trabalhadores aos seus ataques.
Nesse momento de retrocessos e ataques, resultante da eleição do atual governo, inclusive com o apoio de muitos trabalhadores, a direção da empresa e o governo conseguiram uma primeira vitória.
O que eles querem agora é que a categoria abandone a luta e o Sindicato, para que eles tenham outras vitórias, que podem ser maiores que as anteriores.
Com o Sindicato e com a luta ainda mais forte e organizada, é possível ampliar a resistência e recuperar o terreno perdido. Mas sem organização sindical, só perdas virão.
A Diretoria da FINDECT e dos Sindicatos filiados não sairão da frente de batalha de cabeça baixa. Muito pelo contrário. O empenho será mais decidido que nunca, em busca de um nível superior de organização e luta. E contam com todos os companheiros nessa empreitada!
Julgamento representou mudança na jurisprudência do TST
A Sessão de Dissídios Coletivos do TST tomou uma decisão prejudicial para os trabalhadores dos Correios, que repercutirá para as categorias que tiverem dissídios julgados no TST e nos Tribunas Regionais.
Tal decisão implicou uma mudança na jurisprudência do Tribunal, que historicamente mantinha cláusulas com conquistas históricas que constassem em acordos por 10 anos consecutivos ou mais.
Por esse entendimento do TST, essas conquistas eram mantidos permanentemente. Essa foi a linha defendida pela Ministra Kátia Arruda em sua defesa de voto.
Portanto, esse julgamento foi inédito, pois mudou esse entendimento e sua jurisprudência, com uma decisão completamente inesperada, que levou a categoria ecetista a perder mais do que era previsto.
Na prática a Sessão de Dissídios Coletivos do TST pôs fim a sua tese anterior de conquistas históricas, o que representou uma ruptura com o que sempre ocorreu.
Mais um sinal dos tempos retrógrados, de ataques a diretos trabalhistas e perdas para os trabalhadores, que vem desde o governo Temer e foi aprofundado com o governo Bolsonaro.
E mais uma prova da necessidade dos trabalhadores se unirem e se organizarem cada vez mais em torno de suas organizações sindicais para construírem a luta.