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21 de março: Dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial

Publicado em 21/03/2021 15:04

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Em momento de grave crise sanitária causada pela COVID-19, atenção especial à saúde da população negra

A Secretaria da Questão Racial da FINDECT traz aos trabalhadores uma reflexão sobre o dia 21 de março, que marca uma importante data para o movimento de negros e negras no Brasil e em todo o mundo, o Dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial.

A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1966, e faz memória do Massacre de Shaperville, em Johanesburgo, África do Sul, em 1960, quando 69 pessoas foram mortas pelo exército e outras 186 ficaram feridas, no ano 1960.

Na ocasião, 20 mil negros(as) protestavam pacificamente contra a Lei do Passe, uma norma que os(as) obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde poderiam transitar na cidade. Durante o protesto, as tropas do exército abriram fogo contra a multidão.

A Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial – Artigo I diz o seguinte: “Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública”.

A Pandemia afetou mais a população negra

Segundo dados do Ministério da Saúde, 80% da população que só tem o SUS como plano de saúde é negra. Os estudos e as estatísticas também revelam que a população negra é o grupo mais vulnerável em plena Pandemia porque está sob maior influência dos determinantes sociais de saúde, como as condições em que vive e trabalha, a insalubridade e as baixas condições sanitárias.

Neste cenário, as dificuldades no acesso aos serviços públicos e o racismo institucional são agravantes em um momento como o atual. Levantar essas questões, com ou sem pandemia, deve nos lembrar que o racismo precisa ser enfrentado e combatido com a colaboração de toda a sociedade.

Há mais pessoas brancas que negras vacinadas contra o coronavírus no Brasil. Essa é a conclusão de um levantamento exclusivo feito pela Agência Pública a partir dos dados de 8,5 milhões de pessoas que receberam a primeira dose das vacinas contra a covid-19 aprovadas e aplicadas no país.

Brasil registra duas vezes mais pessoas brancas vacinadas que negras

Apesar de a vacinação no Brasil ter se iniciado com uma mulher negra há quase dois meses — a enfermeira Mônica Calazans — hoje há cerca de duas pessoas brancas para cada pessoa negra vacinada. A desigualdade permanece se considerarmos a divisão da população brasileira: há menos negros vacinados em relação à quantidade de brasileiros que se declaram negros quando comparada à população branca que foi vacinada.

A diferença nos dados de vacinação entre brancos e negros é ainda mais grave devido à desigualdade da mortalidade pela covid-19 no Brasil: das pessoas que tiveram a doença no país, há proporcionalmente mais mortes entre negros que brancos. Além disso, negros são a maioria absoluta dentre os casos registrados de covid-19 no Brasil e também das mortes.

A FINDECT e Sindicatos filiados estão na luta em defesa da vacina para todos e no combate à discriminação racial e luta pela construção de uma sociedade igualitária.

FINDECT na luta em defesa da vacina, pelo auxílio emergencial e contra a discriminação racial!

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