12 de agosto – Dia Nacional dos Direitos Humanos
Publicado em 12/08/2021 12:06
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Em homenagem a Margarida Alves, defensora dos direitos dos trabalhadores rurais, foi instituído o Dia Nacional dos Direitos Humanos, 12 de agosto. Assassinada nessa mesma data, em 1983, na cidade de Alagoa Grande, na Paraíba, seu nome e sua história de luta inspiraram gerações.
Apesar da grande repercussão na época e de uma denúncia na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, o crime permanece impune. Somente em 1995 o Ministério Público denunciou como mandantes quatro latifundiários, dos quais, apenas um foi a julgamento, em 2001, e inocentado.
Nascida em 1933, no município de Alagoa Grande, na Paraíba, Margarida foi a primeira mulher a assumir a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, em 1972, em plena Ditadura Militar. Enfrentou os usineiros que dominavam a região na luta por direitos para camponeses e camponesas como carteira assinada, décimo terceiro e férias, pelo fim do trabalho infantil, além de grande incentivadora da educação e dos direitos das mulheres.
Durante os 12 anos que ficou à frente do sindicato, moveu centenas de ações trabalhistas contra as usinas de cana de açúcar da região e fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural, como uma das formas de combate ao analfabetismo. Por sua luta, recebeu diversas ameaças de morte, diante das quais disse sua famosa frase “É melhor morrer na luta do que morrer de fome”, que hoje está pintada na fachada de sua antiga casa, transformada em museu.
Em memória de Margarida, foi criada no ano 2000 a “Marcha das Margaridas”, uma manifestação que reúne milhares de mulheres camponesas de diversas regiões do país em Brasília e é considerada o maior movimento de mulheres trabalhadoras da América Latina. A Marcha é organizada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), federações estaduais e sindicatos rurais e tem o apoio de movimentos feministas e organizações da sociedade civil. A Apub participou da Marcha em duas ocasiões, em 2015 e 2019.
Em julho de 2016, a Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, aprovou pedido de reparação em nome de Margarida, que se tornou anistiada política post-mortem.
A Secretaria das mulheres da FINDECT celebra essa data de grande importância e inspiração para a luta da categoria ecetista!
Quer saber mais sobre Margarida Alves:
Trecho do filme ‘Uma questão de terra (1988)”
Trinta anos, uma vida: Margarida
Documentário Margarida Maria Alves
O Martírio de Margarida Maria Alves
Margarida, Sempre Viva (2016, de Cláudio Barroso)
Margarida Maria Alves
Com informações da Apub.