ECT revoga licitação para novo concurso; a gota d’água para os trabalhadores
Publicado em 25/07/2024 14:53
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A atual direção dos Correios revogou a licitação para o concurso de carteiro, agravando as condições de trabalho e prejudicando ainda mais os trabalhadores. A FINDECT intensifica a necessidade de mobilização e pressão, convocando todos a lotarem as assembleias do dia 7/08.
A recente decisão dos Correios de revogar a licitação para a escolha da banca organizadora do concurso público para carteiro é mais um duro golpe para os trabalhadores e a população brasileira. Apesar da previsão de 3,2 mil vagas, a empresa falhou em avançar com o processo, mesmo com 11 bancas concorrendo e propostas apresentadas.
Desde 2011, quando ocorreu o último concurso público, o número de trabalhadores nos Correios caiu de 127 mil para apenas 78 mil. Essa redução drástica no efetivo tem sido um fator determinante para a piora nas condições de trabalho, afetando diretamente a saúde dos trabalhadores e a qualidade dos serviços prestados à população. Com o crescimento do e-commerce, a demanda por serviços postais aumentou exponencialmente, e a falta de pessoal tem criado um ambiente de trabalho insustentável.
Os trabalhadores dos Correios estão exaustos e revoltados. No próximo dia 7/08, os sindicatos filiados à FINDECT realizarão assembleias para definir os rumos da campanha salarial 2024/25 e, possivelmente, aprovar uma greve, caso a empresa não apresente uma proposta satisfatória. A revogação da licitação do concurso público, combinada com a ausência de uma resposta concreta nas negociações salariais, só aumenta a revolta e a frustração dos trabalhadores com a direção dos Correios.
A direção da ECT se apega a justificativas burocráticas para a revogação da licitação, alegando a necessidade de incluir novos requisitos no projeto básico. Na última terça-feira, dia 23, os Correios enviaram uma carta às instituições que haviam submetido propostas, comunicando a decisão final. No entanto, essa desculpa não passa de um subterfúgio para encobrir a falta de competência e planejamento.
É inadmissível que, em meio a uma crise de pessoal, a empresa continue a postergar a resolução desse problema crítico, demonstrando uma total falta de respeito e consideração para com seus trabalhadores e a população brasileira.
Essa questão da revogação da licitação, que foi iniciada em abril, está em discussão desde junho, quando as bancas receberam o aviso inicial de intenção de revogação e também o prazo de cinco dias úteis para recursos, mas apenas a Idecan entrou com contestação.
As 11 bancas interessadas em participar da licitação foram:
– Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistência Nacional (Idecan)
– Instituto Americano de Desenvolvimento (Iades)
– Instituto Avalia
– Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC)
– Instituto Consulplan
– Instituto Nacional de Seleções e Concursos (Instituto Selecon)
– Cebraspe
– Instituto Mais
– Fundação Getúlio Vargas (FGV)
– Instituto AOCP
– Fundação Cesgranrio
Todas elas receberam o informativo de que o processo licitatório será revogado visando aprimorar o processo seletivo.
“Pela necessidade superveniente de incluir novos requisitos na contratação, implicando aumento nos encargos de planejamento, organização e elaboração das provas, incluindo custos de transporte e aluguéis de locais adicionais para a realização das provas, a decisão visa garantir maior eficiência e qualidade na seleção dos futuros profissionais”, tentaram explicar os Correios.
A FINDECT reafirma seu compromisso de manter a luta e a mobilização para que a empresa realize o tão necessário concurso público. A realização desse concurso é imprescindível para a sustentabilidade dos serviços postais no Brasil. A direção dos Correios deve reconhecer a gravidade da situação e agir com urgência para resolver o déficit de pessoal.
A expectativa agora é que a empresa não demore na elaboração de um novo projeto básico e que o documento possa ser reenviado às bancas o quanto antes, para a retomada do processo licitatório. A FINDECT seguirá atenta e atuante, exigindo celeridade e transparência nesse processo vital para o futuro dos Correios. A paciência dos trabalhadores e da população se esgota, e é hora de a direção dos Correios assumir suas responsabilidades e tomar as medidas necessárias para garantir a continuidade e a qualidade dos serviços postais no Brasil.
Com a revogação da licitação sendo a gota d’água, é essencial que todos os trabalhadores reforcem a mobilização e participem das assembleias do dia 7/08. A união e a pressão são fundamentais para exigir uma resposta da empresa e garantir a valorização e os direitos dos trabalhadores dos Correios.
Com informações: https://folha.qconcursos.com/n/concurso-correios-2024-licitacao-revogada
Ofício Nº SGD 434-2024 – Solicitação de Informações sobre o Concurso Público