Em reunião, ECT apresenta extinção dos OTT’s e redução da jornada de Trabalho
Publicado em 01/02/2018 11:58
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Na última terça-feira (30), a FINDECT participou de reunião, em Brasília, convocada pelo Presidente da ECT, Guilherme Campos, e seus assessores, para apresentar balanços econômico-financeiros dos Correios. A estratégia, já bastante conhecida pela categoria ecetista, que assiste ao longo de muitos anos as sucessivas gestões políticas que administram a Empresa, é a de mostrar um futuro temeroso, com ameaças de cortes de direitos e benefícios históricos.
Segundo o Presidente da Empresa, apesar de todos os “esforços” realizados por sua administração, os Correios ainda passam por uma situação econômica complicada. Para ele, a concessão do direito à assistência médica para os Trabalhadores e familiares é a causa do resultado negativo. Basta uma pesquisa rápida nos jornais de grande circulação do país, ou mesmo uma conversa rápida com os Trabalhadores que ainda resistem e cumprem jornadas duplas, ou até mesmo triplas, para perceber que a demanda de serviço da Empresa continua a aumentar, e o número de funcionários despenca em uma velocidade alarmante.
Ou seja, foram demitidos aproximadamente 20 mil Trabalhadores nos últimos 4 anos – sendo a Empresa pública que mais reduziu seu quadro de funcionários -, a carga postal aumentou, as tarifas foram reajustadas para os consumidores e, ainda assim, o Presidente da Empresa sustenta o discurso da prejuízo. A população assiste, indignada, a queda na qualidade do serviço prestado por essa Empresa que tem mais de 350 anos. Já os Trabalhadores, sofrem assédio diário, tendo seus direitos e benefícios ameaçados a todo momento.
Gestão quer acabar com os OTT’s
Na semana passada, foi amplamente divulgado a intenção da Empresa em extinguir com o cargos de Operador de Triagem e Transbordo. A manobra, aprovada no Conselho de Administração, foi confirmada pela Direção da Empresa na última sexta-feira. A decisão unilateral, que vai atingir mais de 13 mil Trabalhadores, não foi debatida em conjunto com as Federações e Sindicatos.
A FINDECT, na defesa da manutenção do emprego e das conquistas históricas da categoria, questionou a decisão da direção da Empresa. O objetivo é certo: implantar a terceirização total da mão de obra nos Correios, e impedir a abertura de novos concursos públicos, através do remanejamento dos Trabalhadores para as áreas que mais sofrem com a falta de funcionários (só na distribuição, o déficit ultrapassa a casa dos 10 mil). Essas maldades encontram suporte na atuação do governo ilegítimo, e na inconsequente reforma trabalhista, aprovada pelos Deputados e Senadores no ano passado.
Assistência Médica está em risco
O Presidente dos Correios continua a atacar o direito dos Trabalhadores Ecetistas a um plano de saúde de qualidade, e já dá como certa a vitória no julgamento do dissídio coletivo, no TST, que poderá acontecer agora em fevereiro. Campos não mede esforços para reduzir os “custos” da Empresa, antes de sair e concorrer à um cargo no legislativo, cortando na carne dos mais de 100 mil Trabalhadores, e seus familiares, que lutaram, e ainda lutam, por dignidade e melhores condições de trabalho.
Redução da jornada:
Outro golpe ventilado pela Direção da Empresa é a provável redução da jornada de trabalho. Essa alteração está prevista na nova CLT, e depende da aceitação do Trabalhador. A FINDECT entende que esse é mais um golpe contra os Ecetistas, uma vez que na atual administração as decisões são tomadas de cima para baixo, sem a participação da categoria – como a suspensão das férias, por exemplo. Por isso, questionou a proposta apresentada por Guilherme Campos, e solicitou acesso a todos os estudos que levaram a essa decisão malfeita.
Diretoria Jurídica estuda meios de barrar todos os ataques:
Nesta quinta-feira (1), a diretoria jurídica da FINDECT está reunida, em São Paulo, para discutir e planejar as ações para este ano. Os advogados da Federação, e dos Sindicatos filiados, orientados pelas demandas urgentes da categoria, buscam os meios necessários, na esfera jurídica, para impedir que os Trabalhadores sejam prejudicados, e tenham seus direitos e benefícios retirados.