Entreguismo e incompetência: Governo e direção dos Correios nem sabem o preço da empresa que querem vender
Publicado em 17/08/2021 18:11
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Reportagem do The Intercept mostra que o governo e a direção militar da empresa não sabem ou escondem o valor de 2.500 imóveis próprios que querem entregar para empresas privadas junto com todos os ativos dos Correios, localizados em todos os 27 estados do país, muitos deles em áreas muito valorizadas no mercado imobiliário, além de prédios históricos e tombados com valor inestimável.
O patrimônio dos Correios, pertencente a todos os brasileiros e edificado nos 358 anos de existência da estatal, contém joias como os da Rua Visconde de Itaboraí, no Rio, do Vale do Anhangabaú, em São Paulo, e da Praça da Alfândega, em Porto Alegre, transformados em centros culturais.
E prédios valiosíssimos, como a sede central em Brasília e prédios enormes como o CTP no bairro do Jaguaré em São Paulo, entre outros como o de Pituba, bairro caro de Salvador, posto à venda por R$ 248 milhões em 2019.
O repórter do The Intercept questionou a direção dos Correios sobre o preço da carteira de imóveis dos Correios para sua direção. Pela resposta que obteve, concluiu que ou ela “não sabe exatamente – ou não querer dizer – qual o valor desse acervo que, sozinho, pode render lucros fabulosos a quem comprar a estatal.” Ou seja, o governo quer “vender uma empresa cujo valor atualizado sequer conhece – ou, se conhece, não informa à sociedade.”
Segundo os auditores da empresa BDO, contratados para avaliar os resultados os Correios, a direção militar da estatal não incluiu avaliação dos imóveis nos papeis que entregaram a eles. Ai ficou difícil fazer o trabalho, e aprovaram os documentos com ressalvas, o que, segundo eles, é raro acontecer. “Só acontece quando uma demonstração de resultado contém informações de credibilidade difícil de comprovar.”
Veja o texto na íntegra no Portal The Intercept
Fonte: Correios Essencial