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Estão destruindo os Correios, e não salvando

Publicado em 21/07/2021 10:12

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O texto sobre a proposta de privatização dos Correios publicado pela Veja no dia 20 de julho peca pela falta de apuração de afirmações de membros de governos e acaba por constituir uma peça ideológica e não jornalística.

O texto destaca argumentos usados pelo governo para justificar a privatização e convencer a população quanto a sua necessidade e viabilidade. Não explora, interpreta ou investiga afirmações carregadas de ideologia e passa ao largo de elementos cruciais nesse debate, como:

– O projeto é inconstitucional, como reconheceu o Procurador Geral da República Augusto Aras ao responder indagação do STF, frisando que a prestação do serviço postal, telegráfico e de correio aéreo pela União está prevista na Constituição Federal.

– A empresa de Correios é lucrativa, diferente do que o governo e a mídia divulgam. Em 2020 apresentou lucro líquido de R$ 1,53 bilhão, maior resultado nos últimos 10 anos.

– O PL 591 acaba com o subsídio cruzado, aliás, desobriga o governo de mantê-lo. Com isso, mais de 5 mil municípios ficarão sem serviço Postal, ou o terão precarizado, gerando um apagão postal junto com os demais serviços essenciais prestados pelos Correios em localidades menores (bancário, emissão de título, RG, entrega de livros didáticos, vacinas, medicamentos etc…). As empresas privadas não usarão o lucro obtido nos maiores e muito menos numerosos municípios lucrativos para realizar serviços nos que necessitam ser subsidiados, a maior parte do país.

– A situação dos quase 100 mil trabalhadores da estatal, na maioria acima de 45 anos e com problemas de saúde agravados pelas características da atividade postal que executam, como a percorrida de longas distâncias e o transporte diário de peso, é problema do governo, atual operador da empresa, e não será assumido, respeitado nem solucionado por empresas privadas.

Nesse sentido, as direções da FINDECT, Federação Interestadual de Sindicatos de Trabalhadores dos Correios e dos Sindicatos filiados, solicitam serem ouvidos na construção de novo texto verdadeiramente esclarecedor sobre o tema.

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