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Fortalecer as organizações da classe trabalhadora é a tarefa do atual momento político

Publicado em 22/05/2018 19:15

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Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) foi o responsável por falar sobre o atual momento da vida política brasileira dos trabalhadores e trabalhadoras ecetistas, reunidos no VII Congresso da Federação Interestadual dos Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT), na manhã desta terça-feira (22).

O Brasil vive um momento de grande ofensiva contra os direitos sociais e trabalhistas, graças à aprovação de uma nova legislação trabalhista que suprime direitos, precariza as relações de trabalho com a terceirização irrestrita e tenta promover a entrega ao capital privado de estatais e empresas públicas, como os Correios.

Tais mudanças acontecem em decorrência do golpe que apeou a presidenta eleita e o projeto político escolhido pelo povo, dando posse a um governo ilegítimo que passou a implementar o programa que foi derrotado nas urnas, com uma agenda que congela os investimentos públicos por 20 anos, condenando o povo à restrição do acesso a saúde, educação, programas sociais e outros serviços públicos, agrava a crise econômica e amplia o desemprego a índices alarmantes.

A política de ataque à democracia é aplicada de diversas maneiras, especialmente, através da criminalização dos movimentos sociais. O movimento sindical sofre grave ataque à sua estrutura, com o fim do imposto sindical.

O presidente da FINDECT, José Aparecido Gandara relatou a trajetória de luta dos funcionários dos Correios, desde a ditadura militar, demonstrando as dificuldades e as conquistas da categoria que hoje se encontram ameaçadas pelo retrocesso imposto pelos gestores. “Por mais dificuldades que tenhamos, é preciso ter coragem de lutar. Nossa determinação é construir a justiça social e é por isso que estamos aqui. Vamos nos unir para nos fortalecer e garantir a vitória”, conclamou.

Adilson Araújo, presidente da CTB iniciou sua explanação com uma convocação aos congressistas, com o pensamento de Lênin: “É preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho, de observar com atenção a vida real, de confrontar a observação com nosso sonho, de realizar escrupulosamente nossas fantasias. Sonhos, acredite neles.”

Em seguida, o dirigente cetebista discorreu sobre a situação do país que, em decorrência do golpe, freou o desenvolvimento econômico e aplica uma agenda que objetiva a entrega da base estruturante da soberania nacional, abrindo caminho para o retorno à situação de Brasil colônia do imperialismo norte-americano.

“O Governo vai sinalizando com uma política de rendição, de terra arrasada, de colapso.”, assegura Adilson. O ataque aos pressupostos de trabalho decente é uma necessidade do capital para a implementação desta agenda.

Adilson Araújo falou sobre o ataque à soberania nacional, como no caso dos Correios, onde a reestruturação que eles propõem para reduzir a estrutura da empresa, com fechamento das agências, demissão de funcionários, abre caminho para privatização e entrega do patrimônio brasileiro.

O movimento sindical é alvo prioritário dos golpistas. O fim do imposto sindical e a restrição da cobrança da taxa assistencial aos sócios têm o claro objetivo de estrangular financeiramente e desmantelar sindicatos e centrais, de forma a dificultar a organização, mobilização e resistência da classe trabalhadora ao retrocesso.

Na opinião do presidente da CTB, “a solução para os nossos problemas, diante da prevalência do negociado sobre o legislado, está na condição de que o sindicato cumpra o seu papel histórico que é o da luta e o da mobilização. Basta de privatização. Em defesa dos Correios público”, enfatizou.

Unidade dos trabalhadores é o caminho para a vitória

No início da tarde do dia 22, os trabalhos foram retomados com a saudação do presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah. O sindicalista reverenciou o Congresso da FINDECT e reiterou o compromisso e a parceria da Central com a categoria ecetista.

Patah registrou que “estamos vivendo um momento adverso, com uma reforma criminosa que tira os direitos dos trabalhadores e tenta acabar com o movimento sindical. Embora ressentidos, não vamos ficar chorando. Nós precisamos e vamos reagir. Somente poderemos superar isso com unidade e capacidade de indignação”, disse.

Ao finalizar sua intervenção, Ricardo Patah disse que os trabalhadores dos Correios são das categorias mais fortes do Brasil e pode contribuir, fortemente, para a reação e volta por cima. “A UGT está comprometida com a unidade de todas as centrais sindicais, para superar esse momento crítico,” concluiu.

Papel da ANS, registro, regulação e fiscalização dos planos de saúde

Outro painel que compôs o debate do VII Congresso da FINDECT, foi o que tratou de compreender o papel da Agência Nacional de Saúde (ANS). Para isso, a FINDECT convidou o gerente geral de regulação da estrutura dos produtos da ANS, Rafael Pedreira Vinhas que, entre outros assuntos, falou da importância de uma gestão da operadora que se preocupe com o seu equilíbrio financeiro.

Em relação à abrangência, a atuação do plano é nacional, logo em caso de não atendimento, é necessário que seja levado até a ANS para que providências sejam tomadas.

Vinhas esclareceu também que uma das características do plano de saúde dos trabalhadores, e que é feito por autogestão, não tendo contratantes e sendo gerido por regulamentos com características de contrato de adesão.

“É importante que os empregados conheçam a forma de gestão da operadora do seu plano de saúde, tanto a formação de preço, quanto cobertura e demais informações”, finalizou.

Postalis em risco:

Finalizando as atividades do 2o dia do 7º Congresso da FINDECT, o diretor da FINDECT, e Sintect-RJ, Marcos Sant’aguida, discute sobre a intervenção no Fundo de pensão dos Ecetistas, Postalis.

“A intervenção cassou diretores, representantes dos Trabalhadores eleitos pela categoria, sem haver indícios de fraudes, ou algo sólido. Quando solicitamos a intervenção da Previc, em 2015, haviam maus investimentos e suspeitas de corrupção, que levaram a CPI, ao prejuízo bilionário, e também, as investigações da polícia federal (Pausare e Greenfield).”

Sant’aguida explicou, ainda, como está a ação, que tramita no Ministério Público Federal, solicitando a reposição dos R$8 bilhões de déficit causado por investimento do BNY Mellon.

Amanhã (quarta-feira) é o último dia do Congresso. A FINDECT irá divulgar um balanço das discussões, e as expectativas para a campanha Salarial deste ano. Também será finalizada a pauta de reivindicações, que dará a direção para as negociações coletivas.

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