Governo Temer quer privatizar os Correios
Publicado em 17/05/2016 10:30
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A atual direção dos Correios já vinha tentando emplacar um plano privatizante. Sob a máscara da “reestruturação”, elaborou formas para, segundo ela, “recuperar a empresa”.
Ai vieram o DDA e a manipulação do SD para esconder a falta de funcionários, as propostas de novos negócios e a incrementação da CorreiosPar, a falta de investimentos em infraestrutura, a afirmação de que não teria dinheiro nem para os salários a partir de setembro, o que indica os ataques aos salários e direitos previstos para a Campanha Salarial deste ano, etc.
O governo Temer vai ampliar e piorar tudo isso. Seu plano é vender as ações dos Correios na Bolsa de valores. Isso já era possível desde que o atual governo mudou o estatuto da empresa. Mas houve resistência e a venda das ações não foram em frente. Agora querem abrir a porteira. E para isso vão querer deixar a ECT mais “atraente” para os capitalistas, implantando um plano de reestruturação muito pior do que o da atual gestão, que já é um desastre para os trabalhadores, aumentando o nível de exploração do trabalho e de lucros da empresa.
É o que se depreende das afirmações ouvidas até aqui. Michel Temer assumiu interinamente falando em reduzir a presença do Estado na economia brasileira. Ou seja, a ideia neoliberal de estado mínimo, sem estatais e serviços públicos, é seu fio condutor. E sua equipe já começou a se preparar para vender participações da União em estatais e em várias empresas privadas.
A equipe de Temer trabalha com uma lista na qual se destacam, entre outros, a abertura de capital dos Correios e da Casa da Moeda e a venda de fatias do governo federal em até 230 empresas do setor elétrico, sendo 179 Sociedades de Propósito Específico (SPEs) nas mãos da Eletrobras.
Em relação aos Correios, já adiantaram também que precisa de reestruturação. Ou seja, vão querer aprofundar o projeto da atual gestão.
Segundo notícias publicadas a partir de declarações de membros da equipe de Temer, o primeiro passo é reestruturar o plano de negócios da ECT. Uma das ideias é dividir as áreas em unidades, como logística e encomendas, por exemplo, que poderão ser transferidas integralmente ao setor privado. Tudo isso já está no plano de reestruturação que a gestão de Giovani Queiroz vinha aplicando.
Desde 2011, a empresa vem sendo preparada para a abertura de capital, disse um ex-dirigente aos jornais, citando a mudança no estatuto, com obrigatoriedade de seguir a Lei das S.A., publicar balanços e realizar assembleias de acionistas.
— A situação financeira dos Correios está muito complicada, mas a empresa tem bons ativos e poderá vir a ser valiosa. Primeiro, vamos ter que reestruturar o modelo de negócios — disse um técnico da equipe econômica ao jornal O Globo.
Veja os principais anúncios e intenções do novo governo:
•Fim da valorização do salário mínimo e dos reajustes a ele vinculados, como dos servidores e dos aposentados, para “controlar gastos”;
•Fim dos gastos fixos do governo com saúde e educação (vão piorar ainda mais, portanto);
•Reforma da previdência (para aumentar ainda mais a idade mínima para a aposentadoria e diminuir o valor dos benefícios);
•Desregulamentação do trabalho, principalmente com a aprovação do projeto que coloca o que for negociado acima da legislação (hoje, nenhuma empresa pode conceder menos do que a lei determina);
•Possibilidade de terceirizar todas as atividades das empresas, e acabar com a responsabilidade subsidiária do tomador de serviços (só a empresa contratante responde pelo empregado);
•Aceleração das concessões e privatizações, para dar mais negócios para os empresários explorarem – Temer anunciou um novo programa, o PPI, para acelerar concessões, permissões de serviços públicos e arrendamento de bens públicos, ou seja, mais terceirização e privatização.
Todos na luta contra a privatização!!!
Tudo isso tem relação direta com os trabalhadores dos Correios. Tem a ver com a reestruturação, com a privatização, com a falta de investimentos e os ataques a direitos e salários. Se já convivíamos com MOTs e ameaça de contratação de trabalhadores por tempo determinado, da criação de novos negócios através da constituição de subsidiários, das terceirização de serviços e de atividades dentro da empresa, tudo tende a piorar.
O sindicato e a findect irão a luta em defesa de nossos empregos, contra a privatização da ect.
E nesse momento crucial, deve ser prioridade de nós trabalhadores de todo o país, uma organização da luta, nos unir e ir a luta em defesa do nossos empregos e direitos, e impedir que o Correio Público seja uma lembrança dos brasileiros.
Clique aqui e leia a matéria de O Globo com a declaração de Temer sobre a privatização dos Correios