FINDECT cobra modernização tecnológica e novos smartphones
Publicado em 21/11/2024 18:25
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O ofício encaminhado nesta quinta-feira, 21/11, critica a falta de investimentos nos Correios, o atraso na entrada no e-commerce e a precariedade tecnológica, fatores que comprometem a logística e o atendimento à população.
A FINDECT enviou à direção dos Correios um ofício detalhando problemas e exigindo melhorias urgentes na infraestrutura tecnológica da estatal. A Federação destacou a necessidade de renovação dos smartphones corporativos, que se encontram obsoletos, e responsabilizou a gestão pela falta de investimentos em ferramentas fundamentais para as operações logísticas.
Segundo a entidade, a ausência de equipamentos adequados tem obrigado os trabalhadores a utilizarem seus celulares pessoais para tarefas profissionais, assumindo custos adicionais e enfrentando riscos de segurança. “Os Correios estão negligenciando o avanço tecnológico necessário e transferindo responsabilidades para os empregados, o que é inaceitável”, afirmou a FINDECT.
Principais problemas enfrentados
A inércia tecnológica da estatal afeta não apenas a competitividade da empresa, mas também a segurança e as condições de trabalho da categoria. Entre os problemas apontados estão:
Custos transferidos aos empregados: Trabalhadores são obrigados a pagar por pacotes de internet e sofrem com o desgaste de seus aparelhos pessoais.
Riscos de segurança: Muitos trabalhadores relatam furtos e roubos durante o uso de celulares pessoais em serviço.
Comprometimento da logística: Equipamentos inadequados afetam prazos de entrega e a eficiência operacional, prejudicando a população e dificultando a vida dos trabalhadores.
Possíveis violações trabalhistas: O uso de aparelhos pessoais fora do expediente pode resultar em ações judiciais por sobrecarga e falta de ressarcimento.
A FINDECT alerta que a falta de modernização deixa os Correios em desvantagem diante de concorrentes que investem continuamente em tecnologia.
Propostas de modernização
No ofício, a Federação apresentou um conjunto de propostas para solucionar os problemas e modernizar a estatal:
• Renovação dos smartphones corporativos: Dispositivos modernos, capazes de suportar aplicativos logísticos essenciais, como Google Maps e Waze.
• Pacotes de dados fornecidos pela empresa: Garantia de que os custos não recaiam sobre os trabalhadores.
• Manutenção tecnológica contínua: Programas regulares de atualização e reparo de equipamentos.
• Proibição do uso de celulares pessoais: Fornecimento integral de aparelhos corporativos para atividades profissionais.
• Modernização dos sistemas operacionais: Substituição de métodos ultrapassados, como listas impressas, por soluções digitais mais eficientes.
Atraso no e-commerce prejudica competitividade
A FINDECT também criticou a demora dos Correios em entrar de forma consistente no mercado de e-commerce, destacando que a falta de inovação nesse setor estratégico compromete ainda mais a posição da estatal no mercado.
“Enquanto concorrentes já adotaram soluções modernas, os Correios permanecem estagnados, abrindo caminho para empresas privadas crescerem e comprometendo sua imagem. Investir em tecnologia e no e-commerce é indispensável para retomar a competitividade e melhorar o atendimento à população”, reforçou a Federação.
Orientações e possíveis ações judiciais
A FINDECT orienta os trabalhadores a documentarem todas as despesas decorrentes do uso de seus aparelhos pessoais, como pacotes de dados, prejuízos por furtos ou danos, e mensagens, respostas e envio de informações nos celulares particulares dentro e fora da jornada de trabalho. Essas informações poderão embasar ações judiciais futuras para ressarcimento, já que a “locação” dos aparelhos pessoais utilizados em serviço continua.
Ação urgente é indispensável
A FINDECT conclui que a falta de planejamento estratégico e de investimentos nos Correios ameaça a sustentabilidade da estatal e as condições de trabalho dos empregados. “Sem mudanças imediatas, os Correios continuarão perdendo espaço no mercado e colocando seus trabalhadores em situações precárias”, destacou a entidade.
A estatal, que já foi referência por ser a maior empregadora do Brasil e em soluções logísticas, precisa priorizar a inovação tecnológica e o ingresso no e-commerce para garantir sua relevância no mercado e oferecer condições dignas aos seus trabalhadores.