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Mortes por Covid recuam no mundo enquanto aceleram no Brasil e isolam o país

Publicado em 03/03/2021 19:25

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Com vacinação acelerada, restrições à circulação e lockdowns o mundo vê a taxa de contágio e mortes por Covid caírem 6% nas últimas semanas, enquanto no Brasil sem vacina ela salta 11% devido à ação de irresponsabilidade de governos que negam a doença, não auxiliam a população, priorizam os negócios e não a vida e não tomam medidas com a dureza necessária.

O Brasil está na contramão. Grande parte dos países do mundo já não aceitam a entrada de brasileiros. Os ricos que antes curtiam férias na Europa ou nos EUA estão lotando o México, um dos poucos locais que ainda aceitam turistas daqui.

Esse é um dos resultados da situação alarmante do país, já quase desesperadora com o aumento de 18% no número de novos infectados e 11% nas mortes por Covid, que já são 12% de todos os mortos do resto do mundo. De cada quatro vítimas mortais no continente americano, uma é brasileira. Essas informações foram dadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em seu informe epidemiológico semanal.

O país não consegue acompanhar a queda mundial. E chega ao inacreditável número de 1 morte por covid a cada 4 mortes naturais no país, com essa doença superando as cardiovasculares, que antes lideravam a causa dos falecimentos.

A pandemia está sem controle

O governo federal não avançou na compra de vacinas e insumos para produção interna e seus chefes continuam a negar o uso de máscara e a combater medidas restritivas. Nos estados e municípios, a maioria não informa adequadamente a população e não atua com a dureza que a situação exige.

Com isso o país bate recordes sucessivos de mortes. O dia 2 de março foi o pior desde o início da pandemia, com 1.726 óbitos por Covid em 24 horas. É mais vítimas que em 112 países juntos, contando entre eles nações populosas como Coreia do Sul e Malásia e com grandes extensões territoriais e políticas bem-sucedidas no combate à pandemia, como a Austrália.

Em praticamente todo o território os hospitais e leitos de UTI estão próximos de 100% de ocupação, com sistemas de saúde perto do colapso. A situação está pior que antes, quando diferentes regiões e estados não foram atingidos simultaneamente. Agora o problema está difundido igualmente, o que coloca o sistema de saúde sob stress muito mais intenso em todo o país.

Os números do Brasil são assustadores

O crescimento nas diferentes regiões do estado projetam uma situação extremamente difícil.

Mantendo-se o ritmo de crescimento das últimas duas semanas, é possível que o estado não disponha de leitos suficientes para acolher casos graves em UTIs.

Pária no mundo

A tendência brasileira vai no sentido contrário do México, com queda de 14%, da Alemanha, com queda de 24%, 12% de redução no Japão, contra um recuo de 15% na Europa, de 32% no Reino Unido, de 11% na África do Sul e de 19% no continente africano.

Nos EUA, a expansão foi de apenas 1% e o país continua a liderar no ranking global, com 14 mil mortes na semana. No final da semana passada, o chefe de operações da OMS, Mike Ryan, havia comentado a situação brasileira e indicado que o destino da pandemia no Brasil seria relevante para o mundo e classificou a crise no país de “tragédia”.

Abaixo a irresponsabilidade! Atitude já!

As imposições dos estados e municípios são desagradáveis, ninguém nega. Mas restrições de mobilidade, fechamento de atividades econômicas, obrigatoriedade de uso de máscaras e outras medidas são tão necessárias quanto a vacinação.

E isso é urgente porque o cenário pode se agravar ainda mais com o alastramento de variantes virais de maior transmissibilidade.

Se a vacinação demorar e a situação perdurar muito, pode surgir uma variante resistente e jogar todo o trabalho atual no lixo. Com isso, uma próxima onda seria ainda mais devastadora, com milhares de novos óbitos e com o país próximo do primeiro lugar do macabro ranking mundial de mortos por Covid.

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