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A volta da inflação e do desemprego e aprofundamento dos problemas estruturais

Publicado em 31/08/2022 15:35

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A inflação voltou a patamares de décadas atrás. E não foi por acaso. A política econômica neoliberal implementada pelo governo, num quadro mundial complicado, levou a isso.

Não houve resposta criativa nem políticas públicas de desenvolvimento e geração de renda. O governo simplesmente seguiu a cartilha do neoliberalismo. Aprofundou a dependência do país às exportações e a desindustrialização, que é o principal fator de desemprego, da paralisia da economia e da redução do consumo interno.

Exemplo disso é o problema do petróleo e dos combustíveis.

A dependência do diesel e o alto preço dos transportes vem do alinhamento ao mercado internacional. Poderia ser diferente, pois o país é autossuficiente na produção. O que se pratica é um atestado de incompetência governamental e submissão aos interesses das potências e das petroleiras estrangeiras.

Em vez de servir ao povo e ao país criando uma política própria, o governo serviu ao capital, à indústria e ao comércio mundial do petróleo.

O aprofundamento desse e outros problemas estruturais que estavam colocados exigia medidas firmes. O principal deles é a crise e a paralisia das indústrias do país, provocadas pela abertura descontrolada às importações e pela preferência dos empresários industriais pelas aplicações financeiras, em vez do investimento produtivo.

Aliás, a preponderância do mercado financeiro e da especulação, que esvaziam o investimento produtivo é, talvez, o principal problema a ser equacionado. E o mais difícil, porque significa mexer com o próprio modo de funcionamento do capitalismo na atualidade.

O Brasil precisa de um governo com conhecimento de causa, discernimento e coragem para mudar as regras em favor do bem comum, da distribuição de renda, da oportunidade para todos ganharem a vida e sobreviverem.

R$ 200 para comprar votos

Num país com inflação alta e desemprego, o que mais aumenta é a fome e a miséria. Isso, mais a profunda desigualdade de renda e escolaridade, exigem políticas socais que ajudem a população pobre a sobreviver e deem condições para ela sair do atoleiro em que se encontra.

O Bolsa Família, criado no governo do PT, foi o programa mais consistente já criado no Brasil. Tirou milhões de brasileiros da miséria, levou outros milhões à escola e ajudou o país a suportar a grave crise econômica mundial que se aprofundou a partir de 2008.

Espertamente, o atual governo mudou o nome do Bolsa Família para Auxílio Brasil. Na mudança, piorou o programa. Acabou com a rede de assistência social, tirou a relação com as crianças na escola e dificultou o acesso e o ingresso, criando uma fila com milhões de não atendidos. E agora, às vésperas da eleição, aumentou o valor em R$ 200, mas só até dezembro.

O objetivo claro foi criar a ideia na população de que esse governo “deu” algo e, com isso, ganhar apoio. E está funcionando, porque Bolsonaro subiu nas pesquisas de intenção de voto e cresceu a aprovação de seu governo. Por isso é preciso explicar para a população que só pensa em o que o governante “deu”, que se trata de um estelionato eleitoral, que é só até dezembro e que se Bolsonaro se reeleger, tudo vai piorar, pois além de não ter os R$ 200 ele deve extinguir o programa, que não é mais permanente como era o Bolsa Família.

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