Depois dar prejuízo bilionário à Petrobrás, Bolsonaro quer privatizar os Correios e Eletrobrás
Publicado em 25/02/2021 11:46
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Em plena pandemia de covid-19, onde os Correios estão sendo essenciais para o povo, o governo Bolsonaro apresenta um projeto de privatização da maior empresa estatal brasileira. Precisamos ampliar a mobilização, esclarecer e denunciar esse absurdo!
Após demitir o presidente da Petrobrás foi uma atitude tresloucada e mentirosa, porque o novo não pode nem vai mudar a política de preços dos combustíveis, e só serviu para causar prejuízo de mais de R$ 100 bi para a companhia e para o povo brasileiro, o mesmo que ocorrerá se a privatização dos Correios avançar!
Bolsonaro provou que não sabe nada sobre a política de preços dos combustíveis, nada sobre energia elétrica e principalmente sobre o serviço de Correios.
Do jeito que ela está montada, os preços são alinhados ao mercado internacional e à variação do dólar. Muito tem que ser feito para evitar aumentos. E isso não vai ocorrer com a troca de presidente. Foi tudo conversa fiada para agradar os caminhoneiros e tirar proveito político.
O resultado foi catastrófico para a Petrobrás e para o povo brasileiro. Foram R$ 74 bilhões em perda de valor de mercado em dois dias. A isso se somam os R$ 28 bilhões que já tinham ido para o espaço na sexta, 19 de fevereiro, após declaração do ex-presidente da empresa sobre aumento de preços.
Dá um buraco de R$ 102 bilhões. Isso é um quarto do valor de mercado que a empresa tinha sexta pela manhã. E equivale a um Banco do Brasil, cujo valor do mercado é pouco mais de R$ 90 bilhões.
Jogando o patrimônio do povo brasileiro no lixo
Essa situação deixa clara a irresponsabilidade do governo Bolsonaro com o patrimônio do povo, com a economia e com o presente e o futuro do país.
Antes de tudo ele só pensa nele e em livrar seus filhos da cadeia. Por isso olha o tempo todo para a eleição de 22. Cada passo que dá visa a se manter no poder, nem que seja armando milícias para questionar o resultado eleitoral, se ele perder. Depois disso só pensa em agradar os empresários nacionais e estrangeiros que o apoiam.
Esses dois fatores explicam o novo avanço sobre os Correios e a Eletrobrás. O projeto de lei entregue aos presidentes do Senado e da Câmara na quarta, 24 de fevereiro, visa a quebrar o monopólio postal dos Correios para viabilizar o fatiamento da empresa, a venda de partes ou do todo, ou a colocação de ações na bolsa de valores ou até a extinção da empresa.
Aos empresários tudo, ao povo nada
A falta de vacina e do necessário auxílio emergencial, por decisão e culpa do governo, mostra que para o povo, ele oferece a miséria e a morte. Para os empresários é o contrário. Com o negacionismo promovido por Bolsonaro, a população está trabalhando mesmo com a pandemia matando mais de 1000 por dia há meses. E as empresas continuam dando lucros.
O mesmo raciocínio se aplica à privatização dos Correios. Ela só favorece as empresas que o comprarem ou que dominarem o mercado postal, que ficará abandonado sem a ECT para competir e garantir qualidade e preços acessíveis.
Do lado da população, a maior parte perderá o direito constitucional à comunicação postal, porque as empresas privadas, que atuam pelo lucro, não vão garantir atendimento nas periferias das grandes cidades e nos extremos desse enorme país.
A integração nacional e os serviços sociais prestados pelos Correios, entre eles a logística da distribuição das provas do Enem, de vacinas, medicamentos e urnas eletrônicas, também vão ser destruídos.
Resistir e impedir esse crime contra o país!
Os argumentos do governo para justificar a privatização dos Correios são mentirosos. Basta lembrar que o principal elemento do rombo apontado pelo governo para justificar a privatização é a dívida do Postalis. E todos sabemos que ela foi feita pela gestão fraudulenta do fundo e pelo banco BNY Mellon. É só obrigar o banco a pagar o que deve e o rombo desaparece.
Privatização vai piorar muito o mercado postal e de logística do país, em prejuízo do povo, da economia, das empresas nacionais que disputam mercado com as estrangeiras e dos governos, que gastarão muito mais.
Também vai destruir o emprego do ecetista, dando lugar ao trabalho precário e informal das empresas privadas, no formato dos entregadores de aplicativos e dos terceirizados para serviços internos.
Ela tem que ser barrada. E isso depende da luta dos Sindicatos e de todos os trabalhadores dos Correios. Entre nessa luta junto com a FINDECT e os Sindicatos filiados!