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Negociações Coletivas 2016/2017: FINDECT protocola Pauta de Reivindicações

Publicado em 08/07/2016 09:48

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Nesta quinta-feira, 07 de julho, a FINDECT protocolou a Pauta de Reivindicações na sede dos Correios, em Brasília. O protocolo marca o início da Campanha Salarial 2016/2017, que promete ser árdua e de grandes dificuldades para a categoria.

“Na Pauta estão as demandas da categoria, antigas e recentes, cobrando a manutenção dos direitos que nossa categoria lutou bravamente, e ampliação dos benefícios já conquistados, afinal, segundo o DIEESE, nossa empresa teve um crescimento significativo na arrecadação, resultado do esforço e dedicação dos seus Trabalhadores.” afirma o Presidente da FINDECT, José Aparecido Gimenes Gandara.

Acompanhe algumas das reivindicações de repercussão econômica:

– Reposição integral da inflação do período de 01 de agosto de 2015 a 31 de julho de 2016, de acordo com índice do INPC – DIEESE – (Projeção da Inflação para agosto/2016: 9,5%(nove e meio por cento); e aumento linear real de R$ 300,00 (trezentos reais) em razão o aumento de produtividade – relação faturamento bruto: número de trabalhadores (as);

– Reajuste no valor do diferencial de mercado, conforme cálculo a ser realizado pelo DIEESE, para corrigir as perdas provocadas pela inflação e incorporação ao salário, os quais estão congelados desde o ano de 2001.

– Vale alimentação no valor de R$ 40,00 (quarenta reais);

– Vale Cesta no valor de mercado calculado pelo DIEESE R$ 387,00 (trezentos e oitenta e sete reais);

– Portaria/função no valor de 1 Salário Mínimo;

– Seguro de vida para motorista, motociclista, OTT’s, operador de empilhadeira/transpaleteira e operador de RX;

– Aumento no valor do quebra de caixa para R$ 470,75 (quatrocentos e setenta reais e setenta e cinco centavos), aplicando sobre este valor o percentual da reposição integral da inflação do período de 01 de agosto de 2015 a 31 de julho de 2016;

– Pagamento do AAG (adicional de atividade de guichê), ou criação de adicional correspondente, aos atendentes que trabalham internamente;

– Conversão do Pagamento do valor fixo do AADC pago aos Carteiros motorizados oriundos do cargo de Motorista, para 30% (trinta por cento) do salário base, conforme pagamento dos Carteiros motorizados oriundos do cargo de carteiro;

– Pagamento de Adicional de 30% para todos os operadores de RX nos CEE’s, CTE’s e demais Unidades;

– Seguro de vida em razão de ambiente de risco de vida (assaltos);

– Retorno do pagamento retroativo da data da suspensão do AAT para os OTT’s que trabalham em AC’s, UD’s e CDD’s;

– Pagamento do valor do auxílio para filhos dependentes, portadores de necessidades especiais pelo mesmo índice de reajuste salarial;

– Aumento do valor do reembolso – creche-babá para 1 (um) salário mínimo para homens, mulheres e homoafetivos;

Para ver a Pauta de Reivindicações 2016/2017 completa, clique aqui!

Saúde e Segurança também foram debatidas:

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Na ocasião foi entregue ao presidente da empresa o livro “Saúde e Trabalho nos Correios”. A obra (leia mais sobre ela abaixo) contém relatos e um estudo detalhado sobre a situação dos trabalhadores dos Correios, contradizendo a declaração do presidente à imprensa de que o problema dos Correios é o absenteísmo. Ele ainda disse à imprensa que não vai realizar concurso público e que vai promover demissão voluntária e demitir aposentados.

O Presidente do SINTECT-SP, e vice-presidente da FINDECT, deixou claro ao Guilherme Campos que a categoria vive em estado de calamidade devido à falta de funcionários e à violência enfrentada nas ruas.

“A declaração dele à imprensa foi, no mínimo, irresponsável e só serviu para revoltar os trabalhadores, que nesta Campanha Salarial estão dispostos a ir a luta para conquistar a reposição salarial que merecem e defender todos os seus direitos”.

O livro ”SAÚDE E TRABALHO NOS CORREIOS”

A escrita deste livro resultou de uma longa pesquisa feita pelo SINTECT-SP, coordenada pelo Dr. Francisco Drumond, médico do trabalho do sindicato, com o apoio dos Diretores e Delegados Sindicais.

O trabalho de pesquisa com mais de mil trabalhadores gerou um mapa de risco do trabalho na ECT, realizado pelos próprios trabalhadores, o que é inédito no movimento sindical, uma vez que são as empresas que fazem o mapa, geralmente com dados manipulados, que mostra o panorama das condições de trabalho dentro da empresa e as consequências delas sobre a vida dos funcionários dos Correios.

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Doença e invalidez

Dentre as várias conclusões a que levam este livro, uma das que mais chama a atenção é o fato de que, devido às condições de trabalho a que são submetidos os trabalhadores dos Correios, a ocorrência de doenças profissionais são uma constante, não uma exceção.

Doenças, tanto físicas como psicológicas, acometem uma ampla parcela da categoria, sem que a ECT estabeleça procedimentos adequados para amenizar esta situação de desprezo pelo ser humano.

Para se ter uma ideia da gravidade das consequências disso, os estudos feitos pelo Dr. Drumond comprovam que a grande maioria das aposentadorias nos Correios ocorre por invalidez e não por tempo de serviço.

O estudo deixou evidente que a característica do trabalho nos Correios, somada à postura da empresa, que não tem políticas de para preservar a saúde do trabalhador, resulta numa fábrica de lesionados. LER/DORT e diversos problemas osteomusculares estão entre os problemas que vitimam os ecetistas, além dos problemas de ordem psíquica e psicológica, agravados nos últimos anos devido à crescente onda de assaltos às encomendas entregues pelos carteiros e veículos da ECT.

Se ler o livro com atenção, Guilherme Campos conhecerá minimamente a realidade do trabalho na empresa e verá o quanto absurda, infeliz e irresponsável foi sua afirmação de que o absenteísmo é o principal problema da empresa, dando a entender que o trabalhador pega atestado porque não quer trabalhar, ou seja, é vagabundo.

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