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O dia em que a luta de classes ficou mais triste

Publicado em 08/06/2021 10:15

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Ronaldo Ferreira Martins, Ronaldão como todos o chamam, foi uma das mais representativas lideranças sindicais do país. Marcou uma geração de lutadores por onde passou, com sua alegria e solidariedade. Fez amigos e aliados para enfrentar os poderosos, que nunca o intimidaram. Enfrentava a luta de classes com simpatia e seu sorriso largo que contagiava a todos.

Uma disposição para defender os trabalhadores incomparável. Sua liderança entre os ecetistas começou logo quando entrou na empresa em 1992, como carteiro no CDD Leblon. Em 1995, fez parte do movimento de oposição, sendo eleito e reeleito representante sindical da unidade do CDD Jardim Botânico. Depois de uma longa  luta para unificar a categoria, o movimento foi vitorioso em 2003, quando Ronaldão foi eleito para a  diretoria do SINTECT-RJ. Em 2009, ganhou mais destaque quando ficou à frente da entidade sendo eleito secretário geral, cargo que mudou de nome em 2013 para presidente. Seu prestígio garantiu mais uma reeleição no início deste ano, uma vitória com mais de 50% dos votos e grande participação da categoria.

Sindicalista vitorioso, comemorava cada conquista de direitos da categoria, que não foram poucas. Ronaldão foi protagonista no histórico reajuste de 30%, na luta pelo diferencial de mercado e na defesa do Postalis. Se dedicou muito aos trabalhadores anistiados, quando conseguiu mais 400 reintegrações, que devolveu o emprego aos trabalhadores demitidos nas greves. Ronaldão foi implacável na luta contra a corrupção nos Correios e nas diversas jornadas de luta contra a privatização da empresa.

Sua dedicação foi fundamental para o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro se tornar uma referência nacional na defesa dos direitos dos trabalhadores, do patrimônio público e pela soberania nacional. Ronaldão ajudou no fortalecimento da Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Correios) e a fundar CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).    

Foi um importante quadro do Partido Comunista do Brasil desde 1999. Defensor das liberdades democráticas, da soberania nacional e por uma sociedade mais justa, solidária e fraterna. Seu legado ficará marcado para sempre na história da luta de classes no Brasil, associado às grandes lutas e vitórias dos trabalhadores do nosso país. Ronaldão dizia que o partido proporcionou a ele o conhecimento para construir suas análises sobre política. Talento reconhecido por todos os companheiros sindicalistas e camaradas da legenda. Todos concordam que Ronaldão sempre foi muito assertivo e claro nas suas leituras da conjuntura política. 

Ronaldão, junto com a diretoria do Sindicato, atuou bravamente para defender os trabalhadores dos Correios da COVID-19. A luta garantiu que os ecetistas fossem afastados para o trabalho remoto e medidas sanitárias severas para defender a vida dos trabalhadores. Todos os seus esforços certamente ajudaram a preservar centenas de vidas dos ecetistas. Mesmo cercado de cuidados, Ronaldão se somou aos mais de 450 mil mortos na pandemia, vítimas do completo descontrole da doença em nosso país.

Amigo generoso, marido amado e pai apaixonado por sua filha e seu neto. Hoje, o movimento sindical perdeu um dos mais emblemáticos militantes dessa geração de sindicalistas. Negro, nascido e criado nas comunidades da Zona Norte do Rio de Janeiro, prestou serviço na brigada de Infantaria e era um grande carioca. Amava futebol e exibia com orgulho sua paixão pelo Flamengo. Seu sorriso fácil e sua alegria ficarão guardados para sempre em nossos corações. Nesta mensagem nos despedimos deste querido camarada! 

Ronaldão, Presente!

Por: Sintect-RJ

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