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PDI é parte da privatização ou liquidação dos Correios

Publicado em 16/02/2021 12:00

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Cerca de 3 mil ecetistas aderiram ao último PDI e estão saindo da ECT. O quadro de pessoal ficará ainda menor, a sobrecarga muito maior e a qualidade do serviço mais prejudicada.

Com isso, a direção militar e o governo ampliam a destruição da estrutura dos Correios, preparando a entrega do setor postal às multinacionais de logística, via privatização ou liquidação da empresa.

Antes de tudo, as direções da FINDECT e dos Sindicatos filiados respeitam o direito à decisão pessoal dos companheiros que aderiram ao PDI. Sabem que é difícil resistir aos ataques e chantagens que a direção da ECT vem fazendo, ao excesso de serviço, à pressão e outros abusos das chefias. Mas é preciso deixar claro o que significa esse PDI e o que os companheiros que aderiram vão encontrar no mercado de trabalho.

Enxugar para privatizar

A direção da ECT não realiza concurso desde 2011. Nesse período não repôs as vagas de quem se aposentou e fez vários PDIs.

O quadro de pessoal está defasado há mais de 10 anos. E cada vez piora a falta de funcionários e a sobrecarga. Só entram alguns poucos terceirizados, o que precisa ser combatido porque não ajuda, já é uma forma de privatizar e precariza ainda mais a mão de obra da categoria.

Tudo isso tem o óbvio objetivo de enxugar os custos operacionais com o aumento da produtividade, que deve ser entendida como mais trabalho por pessoa, ou seja, sobrecarga. E também de piorar o serviço prestado à população, derrubar a credibilidade dos Correios e ceder espaço no mercado postal às empresas privadas.

É a conhecida tática do sucateamento, usado em todas as estatais e serviços públicos alvo de privatizações.

Mercado de trabalho está em crise

Os trabalhadores e trabalhadoras que aderiram ao PDI precisam ter projetos claros e consistentes de recolocação no mercado de trabalho.
O momento é delicado, com desemprego acima de 14%, uma das taxas mais altas da história. E está difícil ter perspectivas de melhoria. Os fatores para isso são vários.

Um é a pandemia. A incompetência com que ela foi tratada no Brasil pelo presidente Bolsonaro e a intenção do governo federal de deixar o povo morrer e prolongar as dificuldades, vai fazer o Brasil demorar muito para sair dessa crise.

Uma das necessidades é a vacina, que aqui está escassa. Vai demorar para todos serem vacinados, e no meio do caminho uma variante do vírus resistente à vacina pode fazer tudo retroceder.

Outro problema é a ausência de um projeto de industrialização. O atual governo não tem. Aliás, o que ele está implementando é o contrário.

É a destruição do que tem no país, para ceder o espaço às transnacionais dominarem o mercado consumidor nacional. É desnacionalização e entrega, relegando o Brasil a condição de país rural, exportador de commodities, ou seja, produtos agrícolas e minerais.

Mudança histórica no capitalismo

Além disso, a estrutura do mercado de trabalho está mudando muito rapidamente. É uma nova realidade em que o emprego, como existia a anos atrás, está desaparecendo.

Veja o caso da Ford. Quando saiu do país, mês passado, empregava diretamente 5 mil trabalhadores. Mas décadas atrás ela já empregou dezenas de milhares na produção.

O que mudou? Os avanços tecnológicos. Hoje, os robôs fazem quase tudo na linha de produção automobilística.

Essa realidade está em quase todos os setores da produção, do comércio e da comunicação, e mesmo na área agrícola. Os robôs e algoritmos estão substituindo o trabalho humano.

Isso seria uma ótima notícia, se os benefícios dos avanços tecnológicos fossem convertidos para toda a sociedade. Mas não são. Embora sejam resultado do trabalho e do esforço coletivo, no capitalismo a apropriação é privada. Ou seja, as empresas se apropriam da tecnologia para aumentar seus lucros e deixam os trabalhadores na mão, ou na rua.

O ideal é que todos ficassem e entrassem na luta

O ideal é que todos ficassem na empresa e se juntassem aos Sindicatos na luta contra a privatização. Seria uma forma de resistir ao desmonte, à destruição da ECT e do emprego e direitos do ecetista, à liquidação e à venda desse patrimônio do povo e do país.

Privatização é perda para o trabalhador, para a população e para o país. A FINDECT e os Sindicatos filiados chamam todos os ecetistas a se engajarem cada vez mais nessa luta.

Aos que saíram, desejamos boa sorte e muito estudo para uma recolocação no mercado de trabalho. E os chamam a se manterem lado a lado com a categoria essa luta, que é de todos os brasileiros!

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