Postalis: Anapar afirma: “sair do plano agora é aumentar prejuízo”
Publicado em 16/04/2015 09:14
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Desde que o Postalis divulgou o déficit de R$ 5,6 bilhões no seu plano de Benefício Definido, correspondente a pouco mais da metade das reservas do plano, muitos participantes têm procurado a Anapar (Agência Nacional dos participantes do Fundo de Pensão)FINDECT e Sindicatos Filiados, dizendo que pretendem cancelar sua inscrição no plano e resgatar a sua reserva. A atitude dos participantes é compreensível, já que, além de recolher as suas contribuições normais, terão de pagar, a título de contribuição extraordinária para cobrir o déficit gerado por má gestão do patrimônio e por dívida da patrocinadora cerca de 25% sobre valor do benefício saldado e não sobre o salário como vem sendo erroneamente divulgado pela mídia.
Sair do plano não é a melhor saída. Primeiro, é preciso esclarecer que os aposentados não podem sair do plano, prerrogativa exclusiva dos participantes ativos. Segundo: quem sai do plano só poderá resgatar as suas contribuições pessoais quando romper o vínculo empregatício com os Correios. Terceiro: quem sair agora não terá direito ao complemento de aposentadoria. Quarto: quem cancela a inscrição ao plano perde o direito à sua reserva ou ao seu direito acumulado, assumindo um prejuízo (o déficit) que poderá ser revertido no futuro, com uma gestão mais séria e cuidadosa com os investimentos.
Prejuízo foi mostrado a entidades representativas – No dia 26 de março a presidente da Anapar, Claudia Ricaldoni, se reuniu com representantes de associações de aposentados e sindicatos ligados aos Correios. A reunião teve por objetivo prestar esclarecimentos sobre a origem do déficit do plano PBD e procurar alternativas para solucionar o problema de forma definitiva.
A Anapar esclareceu que, segundo o regulamento do plano PBD, os participantes que cancelarem sua inscrição agora terão direito a resgatar as suas contribuições pessoais somente quando se demitirem ou forem demitidos dos Correios. Também não podem transferir suas reservas para outro plano de benefícios, pois a lei permite exercer este direito, chamado portabilidade, somente quando for rompido o vínculo empregatício com a empresa patrocinadora.“Quem sair agora vai ter muito prejuízo, deixando para trás tudo que levou uma vida toda para conquistar”, afirmou a presidente da Anapar. O prejuízo de quem sair agora é muito maior do que o valor do déficit a ser pago por cada um dos participantes e assistidos. Veja, na tabela abaixo, alguns exemplos do prejuízo:
Benefício Saldado (R$) |
Direito Acumulado (R$) |
Valor do Resgate (R$) |
Prejuízo (R$) |
270,00 |
19.960,00 |
3.150,00 |
16.810,00 |
104,00 |
7.000,00 |
980,00 |
6.020,00 |
390,00 |
59.700,00 |
4.600,00 |
55.100,00 |
290,00 |
33.600,00 |
6.300,00 |
27.300,00 |
680,00 |
109.000,00 |
13.000,00 |
96.000,00 |
1.290,00 |
214.000,00 |
19.400,00 |
194.600,00 |
Na tabela acima, o valor do Benefício Saldado é aquele a que o participante terá direito quando se aposentar, o Direito Acumulado é o valor da reserva do participante junto ao plano PBD, o Valor do Resgate é o montante acumulado de suas contribuições pessoais. Fica mais que provado que sair agora significa ter um prejuízo muito maior, e irreversível.
Medidas para cobrir o déficit e responsabilizar gestores do Postalis – Na avaliação da Anapar, neste momento é necessário iniciar o pagamento do déficit e, em paralelo,adotar uma série de medidas para solucionar o problema de forma definitiva.
A primeira é cobrar dos Correios e do Governo o pagamento da chamada RTSA (Reserva Técnica de Serviço Anterior), no valor de mais de R$ 1 bilhão, e que corresponde à dívida exclusiva dos Correios com o pagamento da reserva do serviço passado, ou seja, do tempo de trabalho dos funcionários que já estavam nos Correios quando da criação do PBD do Postalis. Esta dívida é de responsabilidade exclusiva do patrocinador, mas a metade dela está sendo cobrada indevidamente dos participantes.
A segunda é cobrar dos ex-diretores do Postalis os prejuízos causados pelos investimentos mal feitos e que correspondem à maior parte do déficit, cobrando também dos Correios a sua responsabilidade pela má gestão daqueles que indicaram. A Anapar está trabalhando em conjunto com a FINDECT, sindicatos e associações de aposentados no encaminhamento das soluções definitivas.
Fonte: ANAPAR