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Representantes da categoria debatem com parlamentares a resistência contra a privatização dos Correios

Publicado em 06/04/2021 22:12

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A FINDECT e as demais entidades nacionais representativas da categoria, AACB, Adcap, Anatec, Faaco e Fentect se reuniram com parlamentares de três frentes do Congresso Nacional para debater e construir a estratégia de combate aos Projetos de Lei 591/21 e 7488/2017 e de resistência à privatização dos Correios!

A reunião realizada na terça, 06 de abril, aprofundou a discussão dos PLs 7488/2017, que trata da quebra do monopólio, e 591/21, que trata da quebra do monopólio a partir da possibilidade de concessão dos serviços e da criação de agência reguladora para o setor postal. Ambas viabilizam a privatização dos Correios e há pedido para que sejam apensados, juntadas.

Pela Frente em Defesa dos Correios, participaram o Deputado Leonardo Monteiro e o Senador Paulo Rocha. O Deputado Pompeo de Matos representou a Frente Parlamentar em Defesa da Soberania e os Deputados Patrus Ananias e Enio Verri a Frente Parlamentar em Defesa das Empresas Públicas.

Também participaram para manifestar apoio à luta os deputados Helder Salomão, Vicentinho, Érica Kokay, Rogério Correa, Bira do Pindaré, Zé Neto, José Ricardo, Daniel Almeida e Reginaldo Lopes.

Estratégias de luta

Há muitos detalhes a serem definidos para a batalha no Congresso Nacional. Apresentar emendas, buscar negociação com o relator e travar o enfrentamento direto são algumas frentes de ação a serem articuladas.

Por isso, a reunião para construir a estratégia e resistência à privatização dos Correios com debate entre os parlamentares, partidos e os trabalhadores dos Correios foi uma iniciativa importantíssima.

O presidente da FINDECT, José Aparecido Gandara, lembrou no encontro que a categoria ecetista já tem uma longa trajetória de luta contra a privatização, como a travada no governo FHC e, depois, para impedir a criação de subsidiárias.

Agora o ataque está mais forte e concentrado, vindo de um governo autoritário, que não dialoga nem negocia com os trabalhadores, com o qual não há espaço para interlocução”, afirmou Gandara.

Nesse contexto, ele frisou a importância dos dirigentes da categoria se organizarem junto com as frentes parlamentares, para atuação conjunta no dia a dia do Congresso nacional ao lado dos deputados e senadores das frentes e seus gabinetes.

A partir disso, estudar a situação cotidianamente e fazer todo o trabalho possível no congresso, toda ação necessária na Câmara e no Senado, mas sobretudo mobilizar a categoria e a sociedade, porque é isso que gera pressão para abrir o diálogo com os parlamentares, conseguir interlocução e influenciar no conteúdo e na tramitação do projeto.

Encontrar meios de dialogar e trazer a sociedade para a defesa dos Correios, apelando para o lastro cultural e emocional existente na relação da sociedade com essa empresa centenária, é outro desafio a ser vencido.

O que é essencial para o povo não se vende

Parlamentares e dirigentes sindicais lembraram que as dificuldades de mobilização são óbvias nesse momento de pandemia, mas mesmo assim é preciso, além da luta nas redes sociais, ir às ruas, pois o Congresso reage em acordo com as pressões sociais.

As exposições foram permeadas pela compreensão de que a ECT é uma empresa estratégica, integradora da enorme diversidade existente no país, a única presente em todas as comunidades, com importante participação na história cultural, afetiva e econômica do país.

Além disso, ao contrário do que diz a direção da empresa e o governo, o potencial de crescimento e lucro futuro dos Correios é enorme, devido ao grande crescimento do setor de e-commerce em todo o planeta.

Por isso é preciso o máximo empenho e união contra o atual projeto autoritário de privatização. Que é uma aberração num momento em que o papel do estado, dos serviços públicos e estatais é ressaltado e resgatado em todo o planeta, e aqui se vê o caminho contrário, com a diminuição do estado e dos direitos dos trabalhadores.

O que ocorre nos Correios é parte de um ataque amplo ao estado e às estatais, com terceirização crescente, agora com iniciativas de ampliar para a uberização, precarização dos serviços de forma geral, inclusive das operações nacionais como a entrega de livros didáticos, além da enorme diminuição da força de trabalho, começada com a ausência de concurso e ampliada com os PDIs.

Os projetos em tramitação no Congresso compõem esse processo que provocará um apagão postal em mais de 5 mil municípios brasileiros. Os PLs e todo o processo precisam ser barrados na luta, pois o que é essencial não se destrói nem vende, e porque a necessidade do país e sua população é de um Correio público cada dia melhor, não de serviço privatizado, mais escasso e caro!

Todos na luta!

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