Povo protesta contra roubo de direitos e renda na Colômbia, e governo responde com repressão e mortes

A FINDECT emitiu nota de repúdio contra a feroz repressão imposta pelo governo da Colômbia, com assassinatos de estudantes e trabalhadores que protestam nas ruas contra uma reforma tributária injusta, e de solidariedade ao povo colombiano que vive situação muita parecida com a dos brasileiros, embora aqui não tenham explodido protestos!

A explosão social na Colômbia se deu após o governo anunciar uma reforma tributária que aumenta os valores cobrados dos mais pobres e alivia para os ricos e para as empresas.

Algo muito parecido com o que está em discussão no Brasil, através da proposta de reforma tributária apresentada pelo Ministro da Economia Paulo Guedes ao Congresso Nacional.

A grande discussão no momento é se a reforma será feita por inteiro, num pacote completo, ou fatiada, por partes, ao estilo dos esquartejadores de diretos e vidas.

O presidente da Câmara se alia a Guedes e quer a forma fatiada, o do Senado a integral. Seja qual for a escolhida, não haverá alívio para a população. Pelo contrário. Piora para o trabalhador e favorece o governo federal e as empresas.

Nada tem no projeto que mude a tabela do Imposto de Renda e a torne progressiva, com quem tem mais pagando mais, em vez de regressiva como é hoje. Essa tabela está tão injusta, que nesse ano, até quem recebeu auxílio emergencial em 2020 pagou IR e na prática devolveu parte do dinheiro ao governo.

O que há é reestruturação da grade de impostos sobre a produção e o comércio, segundo os autores para simplifica-la. O aumento de impostos está camuflado, escondido. Não é claro como será, mas quando vier será para o povo, não para as empresas, nem para as grandes fortunas, nem sobre os lucros, dividendos e remessas ao exterior, como deveria ser.

O povo irá para a rua aqui também se, além da matança provocada pela falta de ação governamental na pandemia, pelo desemprego e pela fome, vier mais cobrança de impostos? E se for, o governo vai reprimir com a polícia e o exército e mandar atirar para matar? Jacarezinho é a prova mais imediata de que a resposta é SIM! Aqui, como na Colômbia, o governo é autoritário e quer ditar sua vontade à força!

Contra a violência policial e governamental, por diálogo e direitos

O ofício da FINDECT foi endereçado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), ao Alto Comissão de Diretos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) e ao presidente da Colômbia.

Nele consta o rechaço da Federação à violência armada do estado através da polícia e do exército contra seus próprios cidadãos, que resulta no massacre de jovens, trabalhadores e cidadãos que protestam completamente desarmados contra o roubo de direitos e de renda em plena pandemia, quando o que se esperava era o contrário, ou seja, apoio econômico e social e medidas para conter a crise sanitária e econômica.

Veja AQUI o ofício na íntegra.