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Rombo no POSTALIS. A conta é dos trabalhadores

Publicado em 22/05/2013 18:08

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O trabalhador da ECT pode se preparar para colocar a mão no bolso mais uma vez. Em reunião do Conselho Deliberativo do Postalis, os participantes aprovaram por unanimidade a cobrança de uma mensalidade de 3,94% sobre o valor saldado do BD. A decisão é uma afronta aos funcionários, principalmente porque dois dos protagonistas desta decisão afirmam que defendem os direitos do trabalhador. Manoel Cantoara e José Rivaldo Talibã foram secretários da FENTECT e integram o Conselho Deliberativo há poucas semanas. Ambos foram eleitos pelos trabalhadores na última eleição e não precisaram de muito tempo para apresentar seus reais interesses.

A taxa de 3,94% será cobrada pois há dois anos a previdência dos Correios está em déficit. A justificativa para o prejuízo é a condição econômica, a expectativa de vida e a queda nos juros. Todas essas desculpas não apresentam a verdade. Existe um rombo de R$ 900 milhões nas contas dos Planos.

Esta já não é a primeira vez que os Ecetistas encaram tais problemas. Em 2008 uma dívida de R$ 1,4 bilhão, que a ECT se comprometeu a saldar, levou ao saldamento do plano BD. Cinco anos depois, a péssima gestão de nossa previdência acarreta mais gastos. Não são apenas os participantes do BD que irão encarar prejuízos. Quem está no Postalprev também é prejudicado pois a nova dívida será dividida entre a empresa e os trabalhadores. Com a saída de dinheiro dos cofres dos Correios, as reservas para previdência diminuem e os lucros (que serão divididos na PLR) também.

A péssima gestão do Conselho deve ser fiscalizada. Primeiramente, deve-se cobrar um posicionamento da FENTECT sobre o caso. Como é possível que Talibã, o atual diretor financeiro da federação, tenha aprovado o repasse de prejuízos aos trabalhadores? Uma vez eleitos pelos ecetistas, sua função era defendê-los e não corroborar com corruptelas. Diante do gasto indiscriminado do dinheiro alheio, era necessário que alguém fizesse frente à decisão e tomasse as rédeas para descobrir o que realmente acontece. Um dos exemplos da péssima gestão do nosso dinheiro é a compra de 100 milhões de reais em títulos pouco rentáveis da Caixa Econômica.

O desrespeito ao dinheiro do trabalhador faz com que seja questionada a nova cobrança. Tal valor será utilizado apenas para cobrir os rombos ou está se criando um novo ciclo utilização irresponsável da quantia? Quem irá pagar a taxa sem ao menos desconfiar do caminho que este dinheiro vai tomar?

Devemos cobrar uma resposta da FENTECT e dos Sindicatos, o afastamento da diretoria e uma auditoria urgente nas contas dos Planos.

Diante da afronta, a FINDECT se reuniu com a ANAPAR e decidiu apresentar ao Ministério Público e à Polícia Federal as denúncias para apuração de fraude contra o POSTALIS. Não é a primeira vez que o nosso fundo de pensão passa por este tipo de problema e os trabalhadores estão fartos de pagar por inconsequências da administração.

NO BOLSO DE TODOS

Veja aqui como irá funcionar a nova contribuição:

Ativos do plano BD Saldado – pagam 3,94% sobre o valor do seu BPS (Benefício Proporcional Saldado);

Aposentados do plano BD Saldado – contribuição de 9% + contribuição extraordinária de 3,94% sobre o valor de sua complementação de aposentadoria;

Pensionistas do plano BD Saldado (não pagam contribuição) – passam a pagar 3,94% sobre o valor de sua pensão;

A direção do POSTALIS afirma que a contribuição extraordinária é obrigatória. Segundo eles, não é possível manter o valor do BD sem equacionar o déficit. Este é o mesmo método de saldamento do BD em 2008.

Exemplo de Contribuição: Segue um exemplo de desconto: Valor do BPS Atualizado: R$ 664,10. Valor da Contribuição BPS (3,94%): portanto será descontado do seu salário mais R$ 26,16.

 

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