#SaiuNaMídia:Trabalhadores dos Correios iniciarão greve em setembro
Publicado em 30/08/2017 13:04
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Eles reclamam por melhores condições de trabalho; caso paralisação se mantenha, correspondências e mercadorias deixarão de ser entregues
Uma nova greve dos Correios em São Luís está prevista para o mês de setembro. Trabalhadores da empresa estatal prometem paralisar as atividades por tempo indeterminado na capital maranhense a partir do dia 12 do próximo mês, reivindicando melhores condições de trabalho.
Caso a greve seja realmente deflagrada, milhares de pessoas na cidade serão prejudicadas, uma vez que ficarão impossibilitadas de enviar ou receber encomendas.
A mobilização está sendo realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares no Estado do Maranhão (Sintect-MA). Uma assembleia geral da categoria foi realizada no dia 23 de julho, quando foi sinalizado positivamente para o início do movimento paredista.
Reivindicações
De acordo com Márcio Martins, secretário-geral do sindicato, a principal reivindicação dos trabalhadores é sobre as condições de trabalho, que alegam não serem adequadas para o exercício de suas atividades.
Ele relatou que os funcionários, principalmente aqueles que atuam na Central de Tratamento de Cartas e Encomendas (CTCE), localizada na BR-135, estão sem climatização nos seus locais de trabalho. A situação atinge principalmente os operadores de triagem de transbordo, profissionais que são os responsáveis por receber as mercadorias e fazer as distribuições para os destinatários.
Soma-se a essa situação a falta de materiais de trabalho, como bobinas para a impressão de cupom fiscal e até mesmo fitas adesivas para lacrar as mercadorias, problemas esses que foram listados por Martins e integram a pauta de reivindicações.
“Estamos passando por um momento delicado. O governo está sucateando os Correios”, disse o líder sindicalista. Márcio Martins fez referência ao número cada vez mais reduzido de funcionários, pois muitos deixaram os postos de trabalho pelos mais diversos motivos, enquanto o Governo Federal há cerca de seis anos não realiza nenhum concurso público para preencher as vagas ociosas.
Reflexo
O reflexo dessa situação pode ser observado na sobrecarga e desvio de funções dos trabalhadores. Na edição do último fim de semana, O Estado denunciou a situação que estava ocorrendo no Centro de Entrega de Encomendas (CCE), localizado no bairro Ivar Saldanha.
As pessoas que adquiriram mercadorias pela internet ou direto do fabricante, por via postal, estavam indo constantemente ao centro por causa da demora de entrega das mesmas em seus endereços e muitas vezes se deparam com amontoados de produtos no depósito, como se não houvesse critério para separação e distribuição dos produtos.
Havia várias pessoas no local para obter esclarecimentos sobre os motivos da não entrega das suas mercadorias em suas residências. Na parte de dentro, a aglomeração era ainda maior. Senhas foram distribuídas para organizar o atendimento.
Na ocasião, a superintendência regional dos Correios informou que o atraso na entrega de alguns objetos postais se deve a um volume maior de carga destinada ao Maranhão. Até que a situação seja normalizada, a empresa disse que está realizando um plano de contingência para regularizar a distribuição, contando, inclusive, com uma força-tarefa dos empregados da área administrativa.
Posicionamento
Por meio de nota, a superintendência dos Correios no Maranhão informou que está em curso a negociação coletiva em nível nacional entre os Correios e as federações de sindicatos representativos dos trabalhadores. Enquanto as negociações não terminarem, qualquer anúncio de greve é precipitado. Informou ainda que não houve qualquer comunicação nesse sentido por parte do sindicato estadual.
A superintendência disse que se reúne mensalmente com o sindicato local para negociação permanente, em que são apresentadas reivindicações, que são atendidas na medida do possível, afirmando, por exemplo, que todos os centros de distribuição dos Correios no Maranhão são climatizados.
Sobre o concurso público, ele é discutido em âmbito nacional nas negociações entre a presidência dos Correios as federações de sindicatos, não havendo qualquer margem de decisão estadual sobre o tema.
Por fim, os Correios disseram que, assim como muitas outras empresas estatais ou privadas, está enfrentando um período de racionalização de despesas e contando com a compreensão de todos os trabalhadores.
Reprodução: O Estado do Maranhão