20 de Novembro: Zumbi dos Palmares e a Consciência Negra
Publicado em 20/11/2024 10:44
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O Dia da Consciência Negra é um tributo à resistência de Zumbi dos Palmares e de todos aqueles que, ao longo da história, lutaram pela liberdade do povo negro.
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é uma data emblemática que nos convida a refletir sobre a história do Brasil, marcada pela resistência dos negros à escravidão e pela luta por liberdade e igualdade. A escolha desta data não é aleatória; ela foi proposta por jovens negros da década de 1970, que desejavam um símbolo mais autêntico de resistência para a população negra, substituindo o 13 de maio, data que celebrava a assinatura da Lei Áurea, mas que não trouxe a liberdade plena para os negros.
Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo de resistência à escravidão, o Quilombo dos Palmares, é um símbolo eterno dessa luta. Zumbi não apenas resistiu à escravidão, mas também fundou uma sociedade livre, que desafiava o sistema colonial e a opressão imperialista. A figura de Zumbi, junto à de sua esposa Dandara, representa a luta pela liberdade, pela justiça e pela autonomia do povo negro. Ambos são exemplos de coragem, resistência e sacrifício.
O Quilombo dos Palmares foi, na verdade, um bastião de liberdade, onde os negros livres e fugidos da escravidão formaram uma sociedade autossustentável, que durou quase um século. Essa luta pela autonomia, pela liberdade e pelos direitos humanos é a base da resistência negra no Brasil. Hoje, em tempos de globalização e tecnologia, a luta pela liberdade e pela igualdade continua, com novos desafios, mas com o mesmo espírito de resistência.
“Zumbi dos Palmares não morreu, ele continua vivo em cada passo que damos na luta por um Brasil mais justo e igualitário”, diz Ricardo Adriane (Negopeixe). Essa afirmação de Negopeixe reflete a ideia de que, assim como Zumbi e Dandara, a luta contra o racismo não acaba com o tempo, mas se perpetua nas ações de cada indivíduo e em cada movimento social que se propõe a combater as desigualdades raciais.
O Dia da Consciência Negra, portanto, é mais que uma data comemorativa; é uma convocação à ação. É um lembrete de que a luta contra o racismo é um processo contínuo que exige engajamento de toda a sociedade. Nesse sentido, a lembrança de Zumbi dos Palmares não se limita à celebração de sua coragem, mas serve como um modelo de resistência que deve ser perpetuado nas ações diárias contra a discriminação racial. Cada passo dado em direção à inclusão e ao respeito à diversidade é um passo em honra ao legado de Zumbi e Dandara.
Neste contexto, a figura de Zumbi também se conecta à luta pelos direitos dos negros na sociedade contemporânea, especialmente nas políticas públicas e no mercado de trabalho. A FINDECT, através da Secretaria de Assuntos Raciais, tem atuado para garantir que trabalhadores negros, especialmente os que ocupam funções no setor público, como nos Correios, tenham acesso a oportunidades justas, sem a sombra da discriminação racial.
A reflexão sobre Zumbi também nos leva a questionar as estruturas sociais que ainda perpetuam a opressão racial no Brasil. A luta de Zumbi não foi apenas pela liberdade dos escravizados, mas pela afirmação de um modelo de sociedade baseado na igualdade. Hoje, a luta continua nos tribunais, nas ruas e nas instituições, onde os movimentos antirracistas buscam promover uma verdadeira transformação social.
“Zumbi representou a luta de um povo que não aceitava ser subjugado, e essa mesma luta é nossa até hoje. Não podemos descansar até que a igualdade de direitos e oportunidades seja uma realidade no Brasil”, afirma Ricardo Adriane (Negopeixe), Secretário de Assuntos Raciais da FINDECT. Essas palavras reforçam a ideia de que a resistência contra o racismo deve ser uma missão de todos, e que, tal como Zumbi, é fundamental lutar pela liberdade e pela dignidade de todos os brasileiros, independentemente da cor de sua pele.
Em um país como o Brasil, marcado por uma história de escravidão e opressão, é essencial que o Dia da Consciência Negra não se limite a uma comemoração simbólica, mas que seja um marco para a ação. A luta contra o racismo e pela igualdade de oportunidades deve ser uma prioridade para todos, especialmente para aqueles que ocupam espaços de poder, como os políticos, líderes sociais e trabalhadores organizados em sindicatos. A luta por uma sociedade justa e sem discriminação racial deve ser um compromisso coletivo, como Zumbi e Dandara nos ensinaram.