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#OpiniãoEcetista: Diálogos: Mobilização parte 1.

Publicado em 18/08/2017 11:03

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Dia 22 de agosto de 2017 vem chegando e com esta data se aproxima o início da negociação formal do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e com isso aumenta a necessidade de mobilização. Mas será que temos preparado os trabalhadores para mobilizar os demais colegas? Até mesmo os mais experientes precisam periodicamente revisar seus métodos e cabe aos diretores sindicais dessa geração formar e atualizar os trabalhadores de como executar essa tarefa.

Lógico, não é um manual completo. Mas esses passos iniciais são o bastante para ao menos iniciar a discussão no tema.

Vamos a eles:
1. Aplique respostas curtas sempre que alguém tentar desmobilizar a greve.

É muito comum todo tipo de pessoas dizer que é contra a greve nesse período. Pessoas com medo, pelegos ambiciosos, chefes, revoltados com tudo, trabalhadores carentes de atenção, ideólogos da direita, etc.

Esses e muitos outros vão falar contra a greve esperando uma resposta, principalmente de quem está mobilizando. Não os deixe sem resposta, principalmente se houver pessoas próximas em dúvida ou potencial desse desmobilizador partir para ampliar o número de pessoas que ele vai tentar desmobilizar.

Respostas curtas que podem ser desde as de conhecimento, duras, divertidas, ou qualquer outro tom de mensagem devem ser dadas prontamente. A escolha do tom da mensagem varia conforme o comportamento pessoal do mobilizador e a avaliação do ambiente no momento.

2. Não gaste muito tempo com o pessoal que faz questão de dizer que não lutarão de forma alguma.

O grupo citado acima é muito fácil de identificar. Existe uma coisa no mundo que pode fazer ele ir para a greve, mas não é o debate. É a ida para a greve de sua plateia (aquela que ele tentou desmobilizar e não conseguiu). No fundo, todos eles querem é ver um bom número de pessoas como ele trabalhando para que ele não se sinta o mau, o errado durante a greve por estar furando, para que ele se sinta correto por terem tantos outros trabalhando junto enquanto outros lutam.

Gaste tempo e esforço com quem tem dúvida de se vai para a greve ou não. Essa é a melhor forma de ampliar a luta e forçar o pelego a aderir. Os indecisos sim que são o alvo de esforço maior na mobilização.

3. Não tenham dúvidas sobre as necessidades de ir para uma greve caso seja aprovado em assembleia.

Todo mundo é bombardeado por ideias nesse tempo que poderiam nos fazer duvidar. Cenário político, pelegagem de outros, mídia, pressão da empresa, possibilidade de perdas financeiras, ameaças de demissão, … Tudo isso tem o objetivo de fazer o trabalhador duvidar de se vale a pena sacrificar e apanhar para conseguir sucessos (às vezes pequenos) na greve.

Não duvide! A decisão pela greve ou não será em setembro, porém se a última proposta da empresa for muito ruim, com perda de direitos, não tem outra decisão além de fortalecer a luta. Lembremos que a proposta sempre é melhor na medida que os Correios nota os trabalhadores mais dispostos para ir à greve.

Então, quanto maior a mobilização de verdade e aceitação dessa mobilização pelos ECTistas como sendo a vontade de ir para a greve, melhor tende a ser a proposta final da empresa, inclusive se necessário for fazer mesmo a paralisação.

Particularidades todos os setores e pessoas têm. Com o tempo, vamos trazendo mais dicas de como lidar com a mobilização e de forma toda especial deixar essa última mensagem para quem leu até agora: “você não está sozinho nos problemas e angustias que existem ao buscar mobilizar os colegas de trabalho. Até os mais experientes passam, em todos os cantos do Brasil, pelas mesmas dores chatas e raivas de lidar com os outros na hora de mobilizar. Mas é possível, junto com todos os que querem mobilizar convencer muita gente.” Não tenha como objetivo, nunca mesmo, mobilizar a todos. Mas sim mobilizar o máximo de gente possível para que eles mobilizem outros também. Nesse tempo, é bom sempre andar com quem acredita na mobilização junto com, você, somando assim força de mobilização. Não mobilize sozinho. Peça ajuda e o compromisso dos outros trabalhadores da unidade para o ato de mobilizar todo dia.

E vamos para a luta…

 

Wilson Araújo, Diretor da FINDECT no Maranhão

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