Brasil despenca em inovação em dez anos e faz dos Correios uma de suas vítimas
Publicado em 29/03/2021 19:30
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Sem investir em suas universidades e estatais, entregando o patrimônio nacional e cada dia mais submisso e dependente dos países ricos, Brasil cai 10 pontos, fica em 62º lugar no Índice Global de Inovação e perde espaço para países como a Índia – A China está entre os mais inovadores ao fortalecer suas universidades, empresas e economia, enquanto o governo brasileiro destrói tudo!
O Índice Global de Inovação (IGI) é levado muito a sério pelo mercado. Todo ano ele é produzido pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi), pela Universidade de Cornell (Estados Unidos) e pelo Instituto Europeu de Administração de Empresas (Insead).
A publicação dos dados de 2020 confirmam a tendência de queda do Brasil. E deixa evidente que o ambiente político está contaminando ainda mais o que já vinha mal, com desinvestimento nas universidades, na formação de mão de obra, em tecnologia e nas empresas estatais.
O Brasil somava 37,75 pontos em 2011, quando o índice passou a ser publicado anualmente. Estava em 47º lugar no ranking mundial. Em 2020, atingiu apenas 31,94 pontos e desceu para o 62º lugar no mundo. Foi a pior nota obtida pelo Brasil em uma década.
Entreguismo governamental gera situação dramática
A postura de submissão do atual governo, principalmente em relação ao finado governo Trump, piorou muito uma situação que já não era boa. Imitar Trump e colocar o Brasil numa posição subalterna, completamente à mercê dos interesses das transnacionais e dos EUA, foi uma péssima atitude. Aprofundou a desindustrialização e a posição do Brasil de celeiro do mundo, produtor de produtos primários, vegetais e minerais.
As estatais entraram na dança como meros bens a serem vendidos e convertidos em dinheiro para o governo supostamente pagar as contas. Uma mentira, uma vez que há mais de $ 3 trilhões nos cofres, bem guardados para os banqueiros.
Na verdade, privatizar é exigência do mercado para manter a ciranda e alimentar o sistema financeiro, remunerando os bancos, que não param de lucrar mesmo com crise. E para entregar novos negócios para empresários e acionistas lucrarem.
Correios, uma das principais vítimas
Os correios já não tem concurso público desde 2011, justamente quando o índice de inovação começou a despencar. O investimento parou e, em um único ano, o governo tomou R$ 6 bi e não devolveu.
Por políticas de governos, a empresa não recebe investimento. Suas direções, principalmente a militar atual, não desenvolvem inteligência para a melhoria, pelo contrário, atuam para destruir. Montam estratégias para sucatear e desacreditar.
Fazem o trabalho sujo exigido pelo mercado financeiro e pelas grandes empresas do setor de logística e entregas, que querem os Correios fora do caminho para dominar o setor e lucrar.
Esse é um retrato do país em várias áreas, produzido por governos entreguistas, que atuam em favor dos interesses das transnacionais, do capital financeiro, dos bancos. E eles não querem um estado forte, com estatais poderosas e competentes. Querem estado mínimo, para controlar tudo e lucrar até com os serviços que hoje são públicos e estatais.
A inovação que se vê no Brasil vem de fora. Está concentrada no setor industrial, como na indústria automobilística. E favorece só a empresa. Para os trabalhadores, sobra o desemprego estrutural resultante da automação da produção, como se viu recentemente na Ford.
Os Correios precisam de investimento, não de privatização!
Melhorar os Correios é uma necessidade, porque é a única forma de garantir atendimento postal a todos. Se houver privatização, a maior parte do Brasil fica sem esses serviços, porque as empresas privadas só vão fazer o que dá lucro, ou seja, o filet mignon dos grandes centros.
A empresa de Correios dá lucro, nunca dependeu do dinheiro da união, ou seja, dos impostos do povo. O lucro vai para o cofre do governo, que some com ele, como sumiu com os R$ 6 bi que levou a mais e não devolveu, o que colocou a empresa em dificuldade, embora ela já esteja recuperada e dando lucro.
Isso tem que mudar. O lucro tem que ser investido na empresa para ela avançar em inovação, tecnologia, ampliação e melhoria constante dos serviços prestados à população.
Veja mais sobre o Índice Global de Inovação (IGI) aqui.