Presidente interino suspende plano de demissão e alienação de imóveis nos Correios

Concurso, contratação e reabertura de agências e unidades devem vir em primeiro lugar, não PDI

● A ação do presidente interino dos Correios, de suspender PDI anunciado pela gestão anterior em fim de mandato, é correta numa empresa que precisa ser recuperada, reestruturada, reorganizada e melhorada.

● A ECT precisa reconfigurar seu quadro de funcionários, que diminuiu de 127 mil para 88 mil nos últimos anos, enquanto os serviços não param de aumentar com as entregas de encomendas e se abrem necessidades e possibilidades de negócios em logística, telefonia e serviços digitais, bem como na integração nacional e desenvolvimento econômico, nas quais a capilaridade única dos Correios tem enorme papel a cumprir!

O SINTECT-SP e a FINDECT denunciaram a arbitrariedade da Direção militar que deixou os Correios junto com Bolsonaro, quando ela anunciou um PDI no final de seu mandato. E exigiu que a medida fosse suspensa. Nada justificava esse PDI sem debater os critérios e garantias com.as entidades sindicais.

Os Correios precisam de mais funcionários, de concurso público, de investimentos em tecnologia, de valorização dos trabalhadores, de reorganização interna para corrigir problemas como os criados pelos SDs irrealistas, de reabertura de unidades e chefias melhor preparadas, entre outras medidas.

Para reforçar a ação, o SINTECT-SP e FINDECT se uniram aos demais Sindicatos e Federação e apresentaram a solicitação ao novo governo, por intermédio do presidente interino dos Correios, que ocupa o cargo até que um novo seja escolhido.

Por um Correio estatal forte com trabalhador valorizado

Essa ação somou a anteriores, como a entrega de propostas para o fortalecimento dos Correios à equipe de transição e a solicitação da retirada dos Correios do plano de privatização do governo derrotado.

Assim, a suspensão do PDI é coerente com a medida anterior, tomada diretamente pelo presidente Lula, de manter o Correio Estatal e fortalecê-lo.

O esforço agora é pelo estabelecimento de diálogo e negociação permanente em torno de um projeto de Correios e de recuperação dos direitos da categoria que contemple as necessidades do país, da população e dos trabalhadores.

Um projeto que valorize o potencial da ECT para integrar o país, executar serviços públicos, incrementar a economia e viabilizar negócios com o banco postal, fortalecer sua rede de logística para favorecer os produtores e comerciantes nacionais, ser um agente na área de internet e telefonia disseminando a tecnologia 5G, entre outras possibilidades.

Num futuro em que os Correios estiverem em outro patamar, em outra realidade, com outro corpo funcional, e outro nível de faturamento, pode ser possível a abertura de um PDI, desde que os critérios sejam previamente debatidos e negociados com os trabalhadores e seus Sindicatos e Federações.