Exclusão de pais e pagamento do Plano de Saúde são inaceitáveis, diz FINDECT
Publicado em 22/02/2018 23:21
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A audiência de conciliação do dissídio coletivo ajuizado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), pedindo mudanças do Plano de Saúde dos trabalhadores dos Correios, ocorreu na tarde desta quinta-feira (22) no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Foi presidida pelo ministro Aloysio Corrêa da Veiga, relator do dissídio, e resultou na apresentação de uma proposta pelo ministro, visando a conciliação.
Com uma atitude radicalizada e impositiva, a direção da empresa informou ao TST que não tinha mais interesse em prosseguir com a mediação e, em seguida, entrou com pedido de revisão da cláusula 28, referente ao Plano de Saúde.
A proposta apresentada pelo Ministro sugere mudanças na gestão do plano de saúde, com a inclusão de um representante dos trabalhadores na diretoria executiva, que passaria a ter 4 membros. Também propõe mudanças nos Conselhos Fiscais e Deliberativo.
Em relação ao custeio, a proposta diz que 75% ficaria a cargo da ECT e 25% seria custeado pelos trabalhadores. Pais e mães são excluídos do plano médico pela proposta do ministro.
Ele também propõe uma regra de transição para pais e mães que estejam em tratamento médico. Esses permaneceriam no plano até a alta médica. Além disso, seria criado um plano de saúde alternativo para pais e mães, porém com pagamento que considere o número de pais e mães beneficiados ao plano.
“O senhor está aqui de passagem. Nós, trabalhadores, construímos a empresa.”, diz Gândara frente a postura desumana de Campos, que quer tirar pais e mães do Plano de Saúde.
Diante da proposta e com a postura intransigente de Guilherme Campos, que não abre mão de fazer com que os trabalhadores paguem a conta pelas sucessivas gestões irresponsáveis, a FINDECT se manifestou contra a exclusão de pais e mães do plano de saúde.
O presidente da FINDECT, José Aparecido Gimenes Gandara, foi duro ao afirmar que o gestor da empresa tem uma posição desumana, que desconsidera que, por muitos anos e através de muita luta, os trabalhadores trocaram salários por benefícios, entre eles, a prioridade ao plano de saúde que dá assistência aos sagrados pais e mães.
Diante de um claro deboche do presidente da empresa, enquanto o presidente da FINDECT falava, Gandara foi duro ao responder e colocar Campos no seu lugar de gestor passageiro. “Eu sou a empresa, tenho 40 anos de empresa. O senhor é que entrou agora. Nós construímos nossas vidas na empresa e sempre defendemos a empresa. O senhor chegou agora e amanhã não sabemos para onde o senhor vai”, enfatizou Gandara.
FINDECT: nenhum direito a menos!
O maranhense Márcio Martins, diretor da FINDECT, classificou a postura da direção da empresa como autoritária e unilateral, ao não respeitar os trabalhadores, tentando golpear a cláusula 28, referente ao Plano de Saúde, e com isso querendo repassar para as costas dos trabalhadores o resultado dos prejuízos decorrentes de má gestão na ECT.
José Rufino, diretor jurídico da FINDECT e dirigente do SINTECT Tocantins, afirma que a proposta de elevação do pagamento de 7% para 25% do plano de saúde e das consultas de 15% para 30% é inaceitável para quem já tem seus salários achatados.
Para o presidente do SINTECT do Rio de Janeiro e Secretário Geral da FINDECT, Ronaldo Martins (Ronaldão), é inaceitável a quebra do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que manteve a cláusula 28 e os benefícios do plano de saúde. “Não podemos admitir que os trabalhadores paguem o que não podem, já que os salários são cada vez mais minguados. Estaremos em luta e mobilização contra a unilateralidade da direção da empresa”, garante Ronaldão.
Em São Paulo, a maior base de movimentação dos Correios, também haverá mobilização de resistência. É o que enfatiza Elias Cesário (Diviza). “Nós somos totalmente contrários a exclusão de pais e mães do plano de saúde e aos aumentos do custo do plano de saúde para os trabalhadores. Estamos convocando todos os trabalhadores para se posicionarem em nossas assembleias e a manterem vigilância em defesa dos nossos direitos”, conclui Diviza.
A Diretoria da FINDECT e dos Sindicatos filiados estão reunidas hoje e estarão amanhã com seus departamentos jurídicos para definir posicionamentos e estratégias para a luta em defesa do plano médico da categoria. Fique atento às informações e prepare-se para a mobilização e a luta da categoria!
Sônia Corrêa, correspondente da FINDECT em Brasília
Assista abaixo a audiência de conciliação de 22/02/2018 na integra: