Deputados pautam cinco requerimentos e colocam Correios na mira do Congresso
Publicado em 17/06/2025 19:36
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Parlamentares que no passado defenderam a privatização dos Correios e atacaram os trabalhadores agora posam como fiscalizadores, propondo requerimentos sobre a crise que ajudaram a causar — enquanto a atual gestão, sem rumo claro, também agrava o cenário com decisões equivocadas e ausência de um plano concreto de recuperação da estatal.

Cinco requerimentos sobre a crise nos Correios foram aprovados nesta terça-feira (17) pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados. As propostas, apresentadas por deputados da direita que defenderam a privatização da estatal no passado, agora pedem audiência pública e envio de informações sobre os prejuízos financeiros e decisões da atual gestão da empresa.
Os requerimentos tratam de temas como contratos de publicidade, reajuste da diretoria e o prejuízo de R$ 2,6 bilhões acumulado em 2024. A iniciativa escancara uma contradição: os mesmos parlamentares que atacaram a ECT durante o governo anterior, hoje se apresentam como fiscalizadores da crise que ajudaram a criar.
O que pedem os requerimentos
⦁ REQ 213/2025 – dep. Kim Kataguiri (UNIÃO/SP): requer audiência pública para discutir a crise financeira e política da ECT.
⦁ REQ 227/2025 – dep. Nikolas Ferreira (PL/MG): solicita esclarecimentos sobre o reajuste salarial da alta cúpula da empresa.
⦁ REQ 144/2025 – dep. Nikolas Ferreira (PL/MG): pede informações sobre os contratos de publicidade da ECT.
⦁ REQ 238/2025 – dep. Nikolas Ferreira (PL/MG): questiona o reajuste da diretoria diante do cenário financeiro.
⦁ REQ 216/2025 – dep. Carlo Jordy (PL/RJ): solicita dados detalhados sobre o prejuízo de R$ 2,6 bilhões da estatal.
Apesar de levantarem pontos importantes, os autores desses requerimentos são os mesmos que, no passado, votaram pela entrega da empresa à iniciativa privada e atacaram os direitos da categoria. São corresponsáveis pelo enfraquecimento dos Correios e da estrutura que hoje criticam.
A atual gestão da ECT não escapa das críticas. Sua condução tem agravado a crise, com fechamento de unidades, atrasos em pagamentos de fornecedores, não chamamento dos concursados e ausência de planejamento estratégico. Em vez de enfrentar os problemas estruturais, tem aprofundado o desequilíbrio financeiro e institucional da empresa.
FINDECT cobra soluções do governo
A FINDECT reforça que os trabalhadores não podem pagar por essa crise. Por isso, a federação enviou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma carta com diagnóstico da situação e propostas concretas para recuperação dos Correios.
Os Sindicatos filiados à FINDECT defendem a modernização da empresa, com investimentos públicos, respeito aos direitos dos trabalhadores e diálogo com as representações sindicais. A situação é grave e exige ações imediatas do governo federal, que ainda não apresentou uma solução consistente.
A FINDECT continuará atuando em todas as frentes – no Congresso, nos ministérios e junto à Presidência da República – para defender a estatal e os direitos da categoria.