Lava-Jato denuncia corrupção em contratos da Postal Saúde
Publicado em 23/03/2016 12:36
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Foi veiculada nessa segunda-feira, 21 de março, notícia no site do Estado de S. Paulo fazendo denúncia de corrupção envolvendo contratos com a Postal Saúde. Segunda a matéria, em um acordo de delação premiada foram citados ex-dirigentes dos Correios que teriam recebido suborno de empresa para favorecer contrato com caixa de assistência médica dos trabalhadores ecetistas.
Segundo investigações da lavajato, para conseguir fechar negócio com a operadora, uma empresa teria pago suborno a dirigentes da estatal ligados ao casal de ex-ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Gleisi Hoffman (Casa Civil), senadora pelo PT paranaense.
Conforme trechos da denúncia, aos quais o Estado de S. Paulo teve acesso, a U”nibem Medicina e Segurança do Trabalho” pagava aos responsáveis por viabilizar o negócio uma comissão sobre o valor mensal recebido da Postal Saúde. A empresa presta serviços de saúde ocupacional, fazendo exames nos funcionários dos Correios.
Entre os supostos beneficiários de vantagens ilegais, estariam o ex-VIGEP, Nelson Luiz Oliveira de Freitas, o ex-diretor da Postal Saúde, Alexandre Câmara e o ex-conselheiro dos Correios, Leones Dall’Agnol. Ele foi chefe de gabinete de Gleisi na Casa Civil e de Bernardo nas Comunicações. Os três ocuparam os cargos na gestão de Paulo Bernardo à frente das Comunicações, ministério responsável pela estatal.
Conselheiro representante dos Trabalhadores cobra abertura imediata de Auditoria nas contas da Postal Saúde.
Na última quarta-feira, 16 de março, o Conselheiro Deliberativo Anézio Rodrigues – representante dos Trabalhadores- participou de uma reunião extraordinária na Postal Saúde, onde foi exposta a denúncia que estamparia a capa do Estado de S. Paulo no inicio dessa semana. Na reunião, o Conselheiro cobrou a abertura imediata de uma auditoria interna nos contratos de maior relevância/impacto no orçamento da Postal Saúde.
O Conselheiro enfatizou “a necessidade de a mantenedora abrir Procedimento Administrativo para apurar o envolvimento dos funcionários mencionados na denúncia” – transcrição da fala, que pode ser lida, na ata da reunião.
Foi deliberado pelo conselho, também, a suspensão imediata dos contratos e comunicação ao Ministério Público Federal de todas as ações que foram e estão sendo tomadas pela direção atual da Postal Saúde.
Com a mudança da gestão anterior, onde havia um corporativismo muito grande, – principalmente envolvendo os conselheiros indicados pela mantenedora – hoje a situação que assistimos é diferente. Os conselheiros atuais, juntamente com a gestão da Postal Saúde (formada hoje por funcionários de carreira), têm suspendido contratos suspeitos de superfaturamento e executando auditorias nos demais contratos. Seus resultados têm sido encaminhados à mantenedora (ECT) e aos órgãos federais.